A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, classificou nesta terça-feira (30) o candidato derrotado à Presidência da República, Fernando Haddad, como a maior liderança petista depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, o ex-prefeito vai ter papel de “grande protagonista” na construção de uma frente democrática para combater violações de direitos no governo de Jair Bolsonaro (PSL).

 

“O papel do Haddad é muito relevante. Ele emerge como uma grande liderança dessa eleição. Ele é depositário de 47 milhões de votos e tem papel de protagonismo muito forte dentro do PT”, afirmou Gleisi, durante entrevista após reunião feita pela cúpula do partido. O papel de Haddad enquanto liderança passou a ser discutido internamente após a derrota dele para Bolsonaro.

 

Há a avaliação de que ele sai fortalecido da eleição e com condições de liderar a oposição contra o capitão. Haddad sempre sofreu resistência de setores do PT, inclusive da Gleisi. A legenda ainda definiu algumas pautas prioritárias na “resistência” contra Bolsonaro. Uma delas, segundo a presidente do partido, é a votação da reforma da Previdência. Bolsonaro já sinalizou que quer que parte do projeto seja apreciado no Congresso ainda este ano.

 

“Ela não foi debatida com a população nem pelo Temer nem pelo Bolsonaro. Portanto, é uma reforma da Previdência que não tem o apoio popular. Portanto, não há legitimidade dele nem do Michel Temer para aprovar uma reforma dessa envergadura”, criticou. Gleisi elencou também a cessão onerosa do pré-sal e a mudança na Lei Antiterrorismo como propostas que sofrerão oposição petista.

 

“Outra questão é a cessão onerosa do pré-sal. Estão fazendo articulação de conluio entre Temer e Bolsonaro para que seja aprovada o mais rápido possível. A outra matéria que nos preocupa muito é a articulação para acelerar a aprovação de mudanças na Lei Antiterrorismo. É um crime de lesa-pátria, contra soberania nacional. Isso é uma tragédia para as liberdades dos movimentos sociais, da resistência popular. Vão criminalizar os movimentos”, rechaçou.