Em dezembro de 2015, Maria de Fátima Bonfim, hoje com 66 anos, presenciou uma cena que jamais esqueceria. Seu filho, Antônio de Oliveira da Silva, sofreu um acidente de carro bem na sua frente. Ele entrou em coma aos 35 anos e um ano e 20 dias depois, morreu. Quase sete anos após a morte, Maria de Fátima ainda não sabia o que havia acontecido com o homem que causou o acidente.

“Não tem coisa mais dolorosa do mundo do que perder um filho, e ainda perder do modo que foi”, conta. A aposentada entrou em contato com o Metro1 em busca de entender em que pé estava o processo na Justiça e só então soube que ele já havia sido encerrado. “Não foi avisado nada a gente. Tive lá [no tribunal], umas quatro vezes, eu e minha nora. Não consegui de jeito nenhum. Como eles fazem um negócio desse e não chamam a família?”, se queixa.

O Tribunal de Justiça da Bahia informou ao Metro1 que o processo foi encerrado em 13 de julho deste ano. O réu foi condenado a dois anos de detenção, mas em regime aberto. Ele também teve a habilitação suspensa pelo prazo de dois meses.

Segundo o inquérito policial do caso, o réu era acusado de homicídio culposo, conduzir o veículo sob efeito de álcool e trafegar com velocidade acima do permitido na via. No momento do acidente, Antônio tinha descido do carro, que estava parado no acostamento, quando foi atingido pelo outro veículo. Dentro do carro estavam ainda sua esposa e seus dois filhos, à época com 8 e 4 anos.

Ao saber da pena conferida ao réu, Maria de Fátima considera que não foi suficiente. “É uma impunidade terrível. Tinha que providenciar indenização. Nada, sabe o que é nada?”, lamenta a mãe. A aposentada acrescenta que no momento em que prestou o boletim de ocorrência sobre o caso, foi constatado que o homem tinha dois atropelos em sua ficha. Metro 1