O homem que foi flagrado em um vídeo agredindo uma mulher com vários socos no rosto, em Ilhéus, sul da Bahia, e se entregou à polícia na quarta-feira (21), já foi encaminhado para o presídio Ariston Cardoso, que fica na mesma cidade. Carlos Samuel Freitas era considerado foragido e se apresentou na 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), em Ilhéus, após a Justiça negar o pedido de revogação da prisão dele, feito pela defesa. Ele chegou ao local com o rosto coberto por um boné e com um capuz na cabeça.

O suspeito foi novamente ouvido pela polícia, mas o conteúdo do depoimento não foi divulgado. A Polícia Civil deve levar cerca de 10 dias para concluir o inquérito. De acordo com o delegado Evy Paternostro, que está à frente das investigações, outras quatro denúncias de violência contra mulheres foram registradas contra Carlos Samuel e estão em investigação.

“Mesmo que algumas dessas vítimas desses inquéritos manifestaram expressamente que não têm mais interesse em prosseguimento, mas, pela legislação, esses procedimentos são remetidos para o Ministério Público e vai ser designado futuramente uma audiência na Justiça para que elas ou ratifiquem a vontade de não processá-lo ou ela mude em juízo e ação penal transcorra. Isso eu não estou computando nesse inquérito que decretou a prisão dele”, disse o delegado. Paternoso explicou, ainda, o que foi usado pela Justiça como base para a decretação da prisão.

“A prisão decretada dele, segundo a 2ª Vara Crime, se baseou que ele já é condenado em crime contra mulher. Inclusive, condenação confirmada pelo Tribunal de Justiça da Bahia, aonde ele foi até beneficiado com a redução da pena, e, se valendo do direito de recorrer a tribunais superiores em liberdade, ele voltou a delinquir. Então, no entendimento da Justiça, a liberdade dele representa um risco real e efetivo”, disse.

A condenação a qual o delegado citou é referente a um crime de violência doméstica no ano de 2015. Não há detalhes do caso, nem da vítima, apenas a informação de que ele foi condenado a um ano e quatro meses e recorreu à Justiça. A demora para o julgamento do recurso fez com que o caso prescrevesse. Na quarta-feira, Carlos Samuel compareceu à delegacia com três advogados, um deles falou com a imprensa.

“Devido a repercussão internacional do caso, a gente evitava entregá-lo. Eles dois [Carlos e a mulher do vídeo] têm uma paixão, um pelo outro, muito grande. Inclusive, há declarações dela em áudio, em vídeo. Eles dois tinham muito ciúmes um do outro, isso aí não é, nada mais, nada menos, que uma emoção movida pelo ciúme doentio. Antes disso, ele também foi agredido, eles tinham uma agressão mútua, e isso não justifica [a agressão dele à mulher], mas o nosso intuito aqui é fazer o cumprimento da lei, fizemos o papel que um homem como ele deveria fazer. Ele foi chamado pela Justiça, veio aqui e se entregou”, explicou o advogado Carlos Calasans. G1