Foto Reprodução: Carta Capital

Em cerimônia para assinatura do Pacto pela Implementação de Políticas Públicas de Prevenção e Combate à Violência contra Mulheres, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que os homens costumam recorrer à violência por se sentirem intimidados e não aceitarem que as mulheres, em geral, são melhore

“Muitas vezes, se diz que são necessárias políticas de proteção à mulher porque, dizem, elas são vulneráveis. Mas isso não é verdade, porque elas são mais fortes e melhores do que os homens. Por que são melhores do que nós? Talvez porque nós, homens, somos intimidados e, por conta dessa intimidação, nós, homens, recorremos à violência para firmar uma pretensa superioridade que não existe”, disse durante seu discurso.

Em seguida, o ministro completou: “Mulheres são melhores, mas precisam de proteção maior, até por essa condição”. O evento aconteceu nesta última quarta-feira (7), mesmo dia em que a Lei Maria da Penha, que endureceu as punições para crimes de violência doméstica ou familiar, completa treze anos.

Além do Ministério da Justiça, mais dez órgãos, como o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, também assinaram o pacto. A ideia é ampliar a articulação do Poder Público visando políticas voltadas à violência contra mulheres.

Durante a cerimônia, a ministra Damares Alves, apresentou dados do Disque 180, segundo os quais foram contabilizadas 92 mil denúncias de violência contra a mulher em 2018. Só no primeiro semestre deste ano, já foram 42 mil registros.

“Mas tenho um recado para os agressores: acabou a palhaçada no Brasil! Estamos todos unidos contra a violência contra a mulher”, disse. Dos 22 ministérios do governo Bolsonaro, apenas dois são ocupados por mulheres: além de Damares, Tereza Cristina ocupa o Ministério da Agricultura.

Também presente no evento, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse que sua expectativa é que o pacto resulte em ações concretas. “Não podemos aceitar que o ódio e a violência criem raízes na nossa sociedade”, afirmou.

Citando a escritora Clarice Lispector, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, falou sobre a luta histórica das mulheres pelos próprios direitos políticos e civis. “Liberdade é pouco. O que queremos ainda não tem nome”, disse. “Sim, liberdade é pouco. O que queremos é dignidade”, completou. Informações da Exame Brasil