Agência Brasil

Os homicídios foram a principal causa de mortalidade de jovens brasileiros em 2018. Os dados são do Atlas da Violência, cuja edição de 2020 foi publicada nesta quinta-feira (27). A análise mostra que 30.873 jovens com idades entre 15 e 29 anos foram vítimas de homicídios dois anos atrás. Isso representa 53,3% do total de 57.956 assassinatos registrados no Brasil no período.

O atlas é um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A base de dados são os números apresentados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

No geral, a publicação aponta para uma melhora nos índices de mortalidade violenta juvenil, já que as altas foram registradas apenas em três estados: Roraima (119,8%), Amapá (15,5%) e Rio de Janeiro (4,2%). As quedas mais acentuadas foram em Pernambuco (-28,3%), Espírito Santo (-27%) e Minas Gerais (-26,2%).

HOMENS MORREM QUASE DUAS VEZES MAIS

Os dados do Atlas mostram também uma diferença considerável na divisão dos casos por gênero. Homicídios são a principal causa da morte de 55,6% dos jovens entre 15 e 19 anos; de 52,3% daqueles entre 20 e 24 anos; e de 43,7% dos que estão entre 25 e 29 anos. No caso das mulheres, os homicídios são causa da morte de 16,2% daquelas que estão na faixa dos 15 aos 19 anos; de 14% das jovens entre 20 e 24 anos; e de 11,7% entre as mulheres de 25 a 29 anos.

Seguindo a tendência geral de assassinatos, a taxa de homicídios contra mulheres caiu 9,3% de 2017 a 2018. Foram 4.519 mulheres assassinadas há dois anos, uma taxa de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes do sexo feminino.

DESIGUALDADE RACIAL

Os números do atlas também evidenciam a desigualdade racial presente no Brasil. A população negra, composta por pretos e pardos, representa 75,7% das vítimas de homicídios, com taxa de 37,8 a cada 100 mil habitantes. A taxa entre os não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 13,9. Isso mostra que a cada um indivíduo não negro morto em 2018, 2,7 negros morreram.