Foto: Felipe Pereira/TV São Francisco

Foi inaugurada na manhã desta segunda-feira (5), a primeira etapa da usina solar flutuante instalada no Reservatório de Sobradinho, na Bahia. Participaram da inauguração o presidente Jair Bolsonaro, o ministro de Minas e Energia, Bento Costa Lima Silva, e o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior.

De acordo com a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a plataforma solar flutuante tem uma potência de geração de 1MWp (Mega Watt pico), e até 2020 deverá ter, ao todo, 2,5 MWP.

O valor do investimento nas duas plantas solares da plataforma totaliza R$ 56 milhões. Este é o maior projeto de pesquisa e desenvolvimento desse tipo de energia flutuante no país, em reservatório de hidrelétrica.

Com 3.792 módulos de placas solares e área total de 11 mil m², o projeto instalado no Reservatório de Sobradinho (BA) é fixado ao fundo do lago por cabos, com material próprio para suportar o peso das placas e dos trabalhadores que atuam na construção e manutenção.

De acordo com a Chesf, esse é primeiro estudo sobre a instalação de usina solar flutuante em lagos de hidrelétricas, que aproveita a água dos reservatórios e evita desapropriação de terras. Além disso, esse tipo de usina permite aproveitar as mesmas subestações e linhas de transmissão que escoam a energia produzida pela hidrelétrica.

Em discurso, durante a cerimônia de inauguração, o presidente Jair Bolsonaro, falou da importância da geração de energia para o crescimento econômico do país.

“Quando montamos o ministério, até o Paulo Guedes falou em crescer 3% daqui a dois ou três anos. É consenso. Ele sabia, o governo sabia, que nós temos energia para tal. Sem energia não temos como crescer. Então, essa nova forma de buscar energia com placas fotovoltaicas em cima de um lago, como esse aqui, é bem-vinda ao Brasil”, afirmou.

“E as informações que tive do pessoal da Chesf é que se nós formos utilizar o máximo do potencial do espelho d’água de um lago em Sobradinho, nós podemos gerar 60 vezes mais energia do que as próprias turbinas geram aqui. Vai para o lago Itaipu, sei que é dividido com o Paraguai, mas vai para Itaipu e as demais hidrelétricas, além de nós estarmos colaborando com a não evaporação da água no local. Então isso aqui é bem-vindo”, acrescentou.

Projeto

O projeto tem o objetivo de comparar a eficiência de projetos solares implantados em terra e em água. Além disso, a pesquisa analisará o grau de eficiência da interação de uma usina solar em conjunto com a operação de usinas hidrelétricas.

O foco será em fatores como a radiação solar que incide no local, produção e transporte de energia, instalação e fixação no fundo dos reservatórios, a complementariedade da energia gerada e o escoamento desta energia. Os resultados dos projetos vão permitir avaliar a eficácia da produção média de energia solar nesses locais.

A região Nordeste apresenta altos índices solarimétricos (intensidade da radiação solar) e, por isso, é considerada área com grande potencial para aproveitamento de geração solar. Os estudos ambientais também serão contemplados na pesquisa, focando o efeito da planta fotovoltaica sobre a água do rio, além dos impactos na biota aquática. G1