© Fernando Frazão/Agência Brasil

Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, sobreviventes e parentes das vítimas lembraram os 11 anos do incêndio na boate Kiss, no sábado (27).

Em frente ao prédio foram colocados 242 pares de sapatos para representar todas as pessoas que morreram em decorrência do incêndio.

Familiares e sobreviventes fizeram uma caminhada até o local e uma vigília. Às duas e meia da madrugada, horário em que o incêndio começou em 27 de janeiro de 2013, eles leram os nomes dos mortos.

“Eu sinto muita tristeza em saber que a minha filha veio para se divertir e não saiu dali de dentro.”, afirma Marilene De Oliveira dos Santos, mãe de Natiele, vítima da tragédia.

Muitos usaram máscaras que estavam com as bocas tapadas em sinal de protesto contra o que classificam de lentidão da justiça.

O incêndio começou quando um integrante da banda que se apresentava acendeu um artefato pirotécnico no palco. O revestimento de espuma pegou fogo e a fumaça tóxica tomou conta do ambiente

Além dos mortos, mais de 600 pessoas ficaram gravemente feridas. Os dois sócios da boate e dos dois integrantes da banda foram condenados em dezembro de 2021.

Ficaram presos por oito meses, mas acabaram soltos depois que o júri foi anulado por decisão da justiça do Rio Grande do Sul, que entendeu ter havido irregularidades no julgamento.

O novo julgamento de Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha leão está marcado para o final de fevereiro.

“São 242 pessoas mortas e mais quantos aí sobreviventes… E aí vai ficar por isso mesmo? Então tem que ter justiça e aí nós vamos descansar. O coração da mãe vai descansar”, conta Marinês Barcelos, mãe de Roger, uma das vítimas do incêndio. G1