(Foto: Arquivo CORREIO)

A subida geral de preços vista pelos consumidores foi confirmada, nesta sexta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge). Os preços em Salvador e Região Metropolitana (RMS) registraram a maior taxa para um mês de setembro nos últimos 18 anos – 1,1%, de acordo com a pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (Ipca).

O número mais alto até então tinha sido em 2003, quando chegou a 1,37%. A alta vem após três meses de diminuição do ritmo de crescimento. É também a primeira vez, em três anos, que todos os nove grupos de produtos e serviços analisados pela pesquisa aumentaram de valor. Os maiores aumentos foram no setor de energia elétrica (5,92%) e habitação (2.71%).

No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2021, o IPCA tem crescimento de 6,81% em Salvador e RMS – o maior desde 2015. Já nos últimos 12 meses, a inflação é de 9,54%. Os índices, no entanto, estão abaixo do cenário nacional – 6,9% e 10,25%, respectivamente.

O índice na capital baiana e região ainda é abaixo do geral registrado no país, de 1,16%. É o maior desde o início do Plano Real, 1994. Entre as 16 áreas investigadas pelo IBGE, Salvador está em 10º lugar. A cidade com maior alta foi Rio Branco, no Acre (1,56%) e a menor foi a de Brasília (0,79%).

Veja o IPCA acumulado do ano e dos últimos 12 meses nas regiões brasileiras:

Salvador é a 10ª capital brasileira com maior aumento no IPCA em setembro. Crédito: IBGE.

Energia elétrica e habitação

Desde maio de 2018 que essa alta geral não ocorria: em setembro, todos os nove setores de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE subiram. Depois de ter caído 0,1%, em agosto, a habitação subiu para 2,71%. Já na energia elétrica, o maior vilão que justifica o aumento foi o gás de botijão (4,93%).

Em terceiro lugar, está o setor de transporte (1,56%). Ele foi o segundo que mais contribuiu para a alta em setembro, puxado pelas passagens aéreas (39,59%), consertos de automóvel (1,77%) e transporte por aplicativo (15,54%). Já o terceiro grupo que mais fez o custo de vida aumentar foi o vestuário (2,8%).

Os preços de alimentação e bebidas, por sua vez, mostraram, em média, uma desaceleração, em setembro. Eles aumentaram menos do que em agosto (0,54% frente a 1,02%). Nessa área, quem mais teve aumento foram as aves e ovos (4,17%), bebidas e infusões (3,39%) e carnes em geral (0,80%). Já o tomate e o pão francês ficaram mais baratos: tiveram queda de 14,63% e 3,05%, respectivamente.

Veja o aumento no IPCA em cada grupo pesquisado:

Habitação e energia elétrica foram setores que mais subiram em setembro. Crédito: IBGE

INPC fecha em 1,13%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com até cinco salários mínimos, também aumentou – fechou em 1,13%, em Salvador e Região Metropolitana (RMS). Foi o nono maior índice entre as 16 áreas pesquisadas, mas abaixo do resultado do país como um todo (1,20%).

Assim como o IPCA, o INPC foi o maior para um mês de setembro desde 2003, quando o resultado havia sido de 1,82%. De janeiro a setembro de 2021, o INPC acumula alta de 7,09% e chega a 9,87% nos 12 meses. No Brasil, os acumulados são, respectivamente, 7,21% e 10,78%. (Correio da Bahia)