A irmã de Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo disse, em depoimento à Polícia Civil, que a médica desabafou sobre humilhações que o médico Rodolfo Cordeiro Lucas, suspeito de jogar ela do 5º andar de um prédio em Salvador, a estaria fazendo passar no trabalho. Jacqueline Aleixo depôs na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), do bairro do Engenho Velho de Brotas.

A irmã da médica disse que Rodolfo Lucas controlava as roupas de Sáttia e que ela teve que sair da academia de ginástica e desativar redes sociais por causa do ciúme. Imagens da câmera de segurança, liberadas nesta última terça-feira (28), mostram a médica Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo no elevador, um dia antes de cair do quinto andar do prédio, no bairro de Armação, em Salvador.

O caso ocorreu na madrugada do dia 20 de julho. No vídeo, é possível ver que a médica gesticula bastante ao telefone, como se estivesse em discussão, por volta das 16h40 do dia 19 de julho. Logo em seguida, ela sai do elevador.  Sáttia Lorena continua internada no Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgias. Segundo a família, o estado dela é considerado gravíssimo.

O companheiro dela, o também médico Rodolfo Cordeiro Lucas, suspeito de provocar a queda da vítima, chegou a ser preso em flagrante, no dia do ocorrido, por tentativa de feminicídio mas teve a prisão preventiva revogada na segunda-feira (27). Em um outro vídeo de câmeras de segurança, é possível ver a área externa da rua do condomínio onde o casal mora, e o momento em que o médico chega de carro ao local, por volta das 20h45.

Em depoimento na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher, o médico Rodolfo Lucas negou que tenha jogado Sáttia do apartamento e disse que a médica se dopava e está depressiva, versão negada pela família dela. Ele disse à polícia que a médica se pendurou na janela do apartamento e ainda tentou ajudá-la, segurando as mãos dela, mas mesmo assim ela caiu.

Familiares de Sáttia disseram que acreditam que ela foi jogada do apartamento, pelo companheiro, e relataram que a médica vivia em um relacionamento abusivo. Uma vizinha do prédio em que Sáttia morava, antes de e viver com o companheiro, também relatou que relação do casal era marcada por brigas e que chegou a ver a médica pedir socorro. O caso segue em investigação na Delegacia de Atendimento à Mulher, no bairro de Brotas, em Salvador. G1