Amiga da esposa de Leandro Troesch, encontrado morto em pousada de luxo em Jaguaripe, no baixo sul da Bahia, Maqueila Santos Bastos, foi presa na quinta-feira (24), suspeita de envolvimento no crime. A baiana possui uma longa ficha policial por estelionato. Até no momento da prisão dela, na cidade de Aracaju, em Sergipe, Maqueila Bastos estava com um carro locado em Belo Horizonte que não foi devolvido. A informação foi divulgada pela Polícia Militar, responsável pelo cumprimento do mandado de prisão.

Em entrevista, a delegada Francineide Moura, responsável por investigações contra Maqueila em 2020, traçou o perfil da mulher. “Ela sempre ficou dando golpe, tirando vantagem, enganando as pessoas, fingindo que comprava as coisas, fazia pagamento e depois cancelava. Carros foram locados e depois não foram devolvidos”, contou a delegada.

No entanto, apesar da falta do número total de queixas registradas contra Maqueila, a delegada Francineide Moura revelou que a baiana já fez muitas vítimas. “Eu fiz um procedimento em 2020, ela tinha alugado um carro e não tinha devolvido. Depois nós descobrimos antecipações, por exemplo, um macbook que ela teria comprado e não fez o pagamento, compras de celulares”, relembrou. “Não foi uma queixa nem duas, apareceram várias denúncias contra Maqueila na delegacia”.

Maqueila Santos Bastos atualmente é investigada pela morte do empresário Leandro Troesch. Ela teve a prisão temporária decretada no dia 14 de março. A suspeita respondia em liberdade a processos por estelionato e fez amizade com Shirley da Silva Figueiredo, esposa de Leandro, durante a prisão em 2021. Ao ser liberada pela Justiça, ela trabalhou na pousada Paraíso Perdido, a qual o empresário era dono.

Conforme informou o delegado Rafael Magalhães, responsável pelo caso, Leandro Troesch não aprovava a amizade entre Shirley e Maqueila. O empresário estava em prisão domiciliar na pousada pelo crime de sequestro e extorsão em 2001. Shirley da Silva Figueiredo também estava em prisão domiciliar, pelo mesmo crime.

De acordo com o delegado, após a Justiça determinar a soltura das duas mulheres, Shriley empregou Maqueila na pousada do marido. Quando Leandro foi solto, ele não gostou de saber da contratação da ex-presidiária e pediu para que a esposa demitisse Maqueila.

Leandro foi encontrado morto no mês de fevereiro, em um dos quartos da pousada. Shirley da Silva Figueiredo também é investigada pela morte do marido porque foi a única pessoa que estava próxima do empresário quando ele morreu. Ela teve prisão decretada no mesmo dia que Maqueila.

Além disso, Shirley fugiu da pousada durante as investigações da morte do marido. Por causa disso, ela passou a ser considerada foragida da Justiça, já que não poderia deixar o local sem se comunicar. Leia mais abaixo detalhes sobre o caso. O advogado de defesa de Maqueila, Paulo Pires, nega participação dela na morte de Leandro. Após a prisão em Sergipe, não há detalhes de quando ela será encaminhada para a Bahia.

“A prisão de Maqueila é desnecessária, como eu disse, em razão de ela não ter nenhuma participação com evento que aconteceu em Jaguaripe. Ela não estava lá no dia do crime, quem está lá foi a Shirley e o empresário. Eu tenho certeza absoluta que não vai indiciar ela por homicídio”, afirmou o advogado. Cerca de 20 pessoas já foram ouvidas pela polícia. O advogado de Maqueila chegou a dizer, no dia 16 de março, que ela era inocente e iria se apresentar ao delegado que investiga o caso – o que não aconteceu.

Além da morte de Leandro, a polícia investiga se Maqueila teve participação na morte de Marcel da Silva Vieira, conhecido como Billy. Ele era funcionário de Leandro e, considerado pela polícia, testemunha chave para esclarecer as circunstâncias da morte do empresário. Um adolescente de 17 anos foi apreendido, também no dia 16 deste mês, pela suspeita de ter participado da morte dele. O jovem negou envolvimento com o crime. G1