O presidente Jair Bolsonaro decidiu exonerar o presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Luiz Antonio Ferreira. O nome indicado para substituí-lo é o do atual diretor de operações, Alexandre Henrique Graziani, que para ocupar o cargo precisará passar pela análise do setor de inteligência do Palácio do Planalto, que faz uma triagem sobre a conduta passada do executivo.
A informação foi confirmada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, durante coletiva de imprensa na quinta-feira (22). Segundo fontes, a demissão aconteceu após desentendimentos entre Ferreira e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz, responsável pela reestruturação da comunicação no governo Jair Bolsonaro.
Desde que tomou posse, rumores davam conta de uma crise na EBC que, desde o governo de Michel Temer, enfrenta um processo de desmonte. Em janeiro, a estatal de comunicação anunciou o corte de cargos comissionados nas sedes de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão. Além disso, informou que o programa Repórter Brasil Maranhão, produzido pela TV Brasil no estado, deixaria de existir.
Entidades sindicais que reúnem radialistas e jornalistas de Brasília, do Rio de Janeiro e de São Paulo, além da Comissão de Empregados da EBC, divulgaram nota em que critica a política adotada pelo governo.
“Não é razoável colocar uma pá de cal em cima de tudo isso dessa forma atabalhoada. Inclusive a lei de criação da EBC estabelece a exigência de veiculação de conteúdos regionalizados”, ressaltam as entidades.
Segundo reportagem da Folha, Ferreira – que foi nomeado ainda na gestão Temer – não concordou com as demissões e com os planos de alteração das programações das televisões e rádios. O que agravou a crise na relação dele com o governo, resultando na sua demissão.
A proposta de Bolsonaro é demitir até 10% do quadro pessoal, manter apenas uma emissora de televisão, com perfil estatal, e reduzir para cinco as emissoras de rádio. Foto: Vagner Souza/BNews