O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta última sexta-feira (30) que não pretende colocar o Exército para combater criminosos se houver risco de punição a militares que atirarem contra bandidos segundo informações da Agência Brasil. A declaração do presidente eleito foi feita para jornalistas em um quiosque na orla da praia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, próximo à entrada de seu condomínio.
“Não é possível você pegar um garoto de 20 anos de idade, servindo as Forças Armadas, engajado, e, havendo um confronto, você submetê-lo a uma auditoria militar para pegar 30 anos de cadeia. Isso é inadmissível”, disse Jair Bolsonaro que voltava de um evento na Vila Militar, mas parou para tomar uma água de coco e foi questionado por alguns jornalistas.
Os jornalistas falaram sobre o futuro da intervenção na segurança pública do estado fluminense. Conforme o decreto em vigor, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro deverá se encerrar em dezembro deste ano. Uma eventual prorrogação dependeria de um novo decreto a ser assinado por Bolsonaro após sua posse. Ontem (30), o senador eleito Flávio Bolsonaro disse que a intervenção no Rio não continuará no ano de 2019.
Ele disse preferir recorrer a operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), quando as Forças Armadas são acionadas pelo presidente para manter a segurança pública no território nacional. “Não colocarei minha tropa na rua sem retaguarda jurídica. Não quero visitar soldado humilde, com 20 anos de idade, na cadeia por ter atirado em um bandido. E isso passa pelo parlamento brasileiro”, disse.
O presidente eleito disse ainda que policiais civis e militares estão correndo risco de vida. “Estamos enfrentando bandidos fortemente armados. Temos que ter retaguarda jurídica, porque o policial civil e militar tem família, tem responsabilidades. Ao raciocinar se vai atirar ou não no bandido, há um lapso de tempo que pode significar a vida dele ou 30 anos de cadeia. Não queremos mais isso. Bandido armado na rua pode atirar e a responsabilidade é do presidente da República”.
Bolsonaro também confirmou que estará em São Paulo no domingo (2) para assistir a partida entre Palmeiras e Vitória pela última rodada do campeonato brasileiro. Ele recebeu um convite da diretoria do clube paulista. “O Palmeiras já é campeão e o Vitória está rebaixado. Então é um jogo de compadres”.