O presidente Jair Bolsonaro recebeu na tarde de sábado (28) o advogado Frederick Wassef, que representa o senador Flávio Bolsonaro (PSL) em investigação que apura movimentações suspeitas nas contas do filho do presidente e de assessores de seu gabinete. O encontro, que durou cerca de 30 minutos, ocorreu no Palácio da Alvorada e não constou da agenda oficial de Bolsonaro.

O G1 procurou a assessoria do Palácio do Planalto e Wassef para saber o que foi discutido no encontro, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem. Essa foi a segunda visita do advogado ao Palácio da Alvorada nos últimos dias. No último sábado (21), Freferick Wassef também foi à residência oficial da Presidência.

Caso Queiroz

Flávio Bolsonaro e seu ex-motorista Fabrício Queiroz são alvo de procedimento investigatório do Ministério Público do Rio de Janeiro iniciado a partir de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O conselho identificou uma movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz e também na conta de Flávio Bolsonaro – em um mês, foram 48 depósitos em dinheiro, no total de R$ 96 mil, de acordo com o Coaf. Os depósitos, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legislativa do Rio, foram feitos sempre no mesmo valor: R$ 2 mil.

De acordo com o Coaf, nove funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj transferiam dinheiro para a conta de Fabrício Queiroz em datas que coincidem com as datas de pagamento de salário.

O Ministério Público do Rio afirma que encontrou indícios de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato no gabinete do filho de Bolsonaro na época em que ele era deputado estadual. O senador foi deputado estadual no Rio por quatro mandatos consecutivos.

As investigações, porém, foram suspensas temporariamente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, a pedido da defesa do senador. No caso de Flávio, segundo o advogado Frederick Wassef, o Coaf enviou dados sem aval da Justiça que foram usados para investigá-lo, o que seria ilegal. G1