A Bahia teve o janeiro mais letal desde 2003, com um aumento de mais de 105% nos falecimentos por pneumonia em comparação ao mesmo mês de 2021. A informação é da Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen/BA). Segundo a associação, o aumento de casos de Covid-19 por causa da variante ômicron e seus diferentes reflexos no organismo humano podem explicar o recorde histórico.

Em janeiro de 2022 foram registrados 9.636 óbitos na Bahia, um aumento de 10,29% em relação a 2021, que registrou 8.737 mortes no mês. Naquela oportunidade, o estado já havia registrado crescimento de 11,6% nas mortes em relação ao mesmo período em 2020, ainda antes do início da pandemia.

Já as mortes por pneumonia passaram de 455 em janeiro de 2021 para 937 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 530 mortes pela doença. Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Arpen/BR, abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos.

Mortes violentas crescem

Enquanto o total de mortes em janeiro de 2022 na Bahia cresceu 10,2%, os casos registrados como mortes naturais – aquelas causadas por doenças – cresceram 4,5%. Já as mortes por causas violentas – aquelas em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídio, entre outras – aumentaram 50,7%, o que de acordo com a Arpen-BA, mostra que a diminuição do isolamento eleva os índices de óbitos por causa de acidentes e crimes.

Na comparação de janeiro de 2020, antes do período de isolamento, com janeiro de 2021, houve queda de 37,7% nas mortes violentas. A Arpen explica que o número de óbitos registrados nos meses de 2022 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros por causa da situação de emergência causada pela Covid-19.