O subprocurador da República, Rodrigo Janot, prestou hoje (15) depoimento à Polícia Federal na investigação que trata das gravações entregues por delatores do grupo empresarial J&F à PGR. Janot falou como testemunha por ter acompanhado todas as etapas do acordo de delação premiada envolvendo o empresário Joesley Batista.

 

Ele foi ouvido nas dependências da Procuradoria-Geral da República em função da prorrogativa de marcar dia e local para prestar esclarecimentos. A investigação foi aberta em 2017 por determinação da presidente do  STF, ministra Cármen Lúcia, após as citações de ministros nas gravações entregues pela J&F à PGR no contrato de delação.

 

Janot ocupou o cargo de procurador-geral da República até setembro do ano passado e decidiu rescindir o acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados ao grupo J&F. O fato que motivou a decisão foram as suspeitas dos investigadores do Ministério Público Federal (MPF) de que o empresário Joesley Batista e outros delatores esconderam fatos criminosos durante o processo de delação.

 

Segundo a procuradoria, um dos suspeitos é o ex-procurador Marcelo Miller. A suspeita da PGR é que Miller atuou como “agente duplo” durante o processo de delação. Ele estava na procuradoria durante o período das negociações e deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia em favor da JBS. Miller nega as acusações e diz que não cometeu ato de improbidade administrativa.