Bocão News

O senador e pretenso candidato a governador da Bahia em 2022, Jaques Wagner (PT), em entrevista exclusiva ao BNews, direto de Brasília, afirma que a chapa governista ainda não está sacramentada. Para o petista, que não se intitula como o candidato do grupo, ainda é cedo para a tomada de decisão.

A renúncia ou não de Rui Costa (PT) do governo para tentar a vaga do Senado também não está sacramentado, como os desejos de João Leão (PP) e o PP de sentarem na cadeira de governo. O fato se esbarra na figura de Otto Alencar (PSD).

No 23º andar do anexo principal do Senado Federal, em seu gabinete, onde recebeu o BNews, Wagner também comentou que na relação PSD e PP o estranhamento das siglas seria uma espécie de ciúmes natural do jogo político. Não acredita em racha e assegura que na hora certa todos os partidos da base vão tomar as decisões corretas na arrumação.

Acha que Bolsonaro começa a aventar a possibilidade de não sair candidato, diferente de Lula que está extremamente decidido em partir para o embate. Caso o bolsonarismo recue, na Bahia, o cenário pode facilitar a vida de ACM Neto (DEM) e enterrar o nome de João Roma (Republicanos).

Na sua avaliação, o DEM de ACM Neto está definhando, por isso a aposta na fusão com o PSL e o caminho tem afastado quadros e partidos aliados. Wagner, inclusive, tem se empenhado em estabelecer o diálogo com diversas siglas de olho na continuidade do projeto de chefia do Palácio de Ondina.

Confira a íntegra da entrevista concedida ao editor de Política, Victor Pinto:

BNews: Vamos começar falando de Bolsonaro, sobre as manifestações do sete, a radicalização que ele fez e logo em seguida o recuo do presidente, que até chamou Michel Temer (MDB) para fazer uma carta. Bolsonaro, na sua visão, continua como esse radical do anticonstitucionalismo e está esperando a poeira baixar para voltar com o mesmo discurso raivoso ou realmente ele está acuado?

Jaques Wagner: Eu não boto fé neste movimento dele da carta. Acho que a principal preocupação dele nesse episódio todo é com a questão dele na relação com o STF por causa dos processos que correm contra os filhos. Não acho que ele mudou a concepção dele. Eu acho que ele continua na mesma coisa… Ele, na verdade, continua fazendo mais do mesmo. Fala da vacina, manda comprar a vacina, fala um negócio ou outro hoje e volta atrás amanhã. Não é a primeira vez. Eu acho que ele só tem se desgastado com esse remanescente de popularidade dele. É um pessoal assim mais aficionado, mais torcedor dele. Óbvio que cada decepção dessa ele perde esses seguidores. Eu achei estranho que não sei se foi ele [Bolsonaro] quem convidou ou se foi o ex-presidente [Temer] que se convidou. O ex-presidente evidentemente tem uma passagem na vida pública que é extremamente deplorável por ter participado da traição a Dilma [Rousseff]. Eu não sei se ele veio dar conselhos para ele pelo que já fez na vida ou se, na verdade, como a birra maior é com Alexandre Moraes e a indicação dele ao Supremo foi de Michel, então ele foi recorrer ao indicador para pedir desculpa ao Alexandre. Eu acho que foi isso e aquilo que já falei para você outras vezes que não adianta ficar respondendo a ele. Eu acho que é dar trela. Eu acho que temos que cuidar do País, um pouco do que estou fazendo na Comissão de Meio Ambiente, com a institucionalidade do País. Acho que não vai mudar a cabeça dele, não vai mudar o jeito dele, pois ele está refém desse jeito dele perante essa popularidade remanescente. Ele vai ficar nesse 15 e 20 (pontos de popularidade) que é o remanescente dele. Eu acho que o pessoal conversa demais de golpe, na minha opinião não precisa conversar disso…

BNews: Você acha que não tem esse risco de golpe?

Jaques Wagner:  Não tem. Pelo menos o golpe como as pessoas acham que seriam. Golpe já teve. O impeachment da Dilma foi um golpe. Se cumpriu todo o protocolo formal, mas o essencial que foi o crime de responsabilidade não existia. Como foi o caso do Lula: em tese se cumpriu todo o ritual, mas agora tá tudo desmoralizado [o processo]. É um atrás do outro caindo, pois vemos que não havia crime, tanto que depois de 500 dias preso ele foi inocentado. Se vocês pegarem esses países como Hungria, Turquia, regimes ditos autocráticos ou democracias autoritárias ninguém quebrou entrando com arma prendendo. Virou regime de força. Eu acho um equívoco até da imprensa, em parte, pois pauta isso como naturalizado como se fosse possível e começa a pergunta você acha que vai ter? Eu não discuto isso. Não tem clima internacional, na minha opinião não tem cumplicidade das Forças Armadas e as Forças Armadas não tem o menor interesse de entrar numa aventura dessa. Qualquer corporação de judiciário, deputado, ministério público quer o que? Ganhar melhor, serem empoderados. Estão em cargos que estão ganhando melhor e estão empoderados, na minha opinião, não é que tenha uma cumplicidade na teoria, pode ter um negócio de não gostar de Lula, de comunismo, onde é que tá essa pauta no mundo? Não existe isso, são formatos diferentes. A China tem um partido único, mas se quiser pode ser um capitalismo de Estado. Eu acho um erro, principalmente do nosso pessoal do PT. Me perguntam: você acha qeu vai ter golpe? Eu digo que para a gente ser objetivo, se fosse possível ter o chamado golpe tradicional, a gente só sabe às 6h da manhã quando alguém bater na sua porta e dizer: “teje” preso. O que você vai fazer? Vai armar o povo? Uma coisa é você fazer manifestação objetiva por mais salários, mais empregos, menos carestia. Essa é a pauta do povo. Mais vacina.

BNews: Reforma eleitoral. Segue em tramitação no Senado a PEC com a senadora Simone Tebet (MDB) como relatora. Com tendência de colocar fim nas coligações. Qual a sua visão dessa reforma? A favor ou contra a coligação?

Jaques Wagner:  Eu sou contra, sempre fui. A proporcional mostra pelo nome que já diz que vai de cada partido, cada grupo de ideias, tenha sua representação proporcional ao voto depositado pela população. Aí o Brasil, com essa multiplicidade de partidos, todo mundo que é candidato a majoritária quer agrupar o maior número possível de partido a sua candidatura com uma grande diferença: quando você é candidato a governador existe um plano de governo. Gostando ou não as pessoas aderem ao plano de governo. Aí o caboclo em cima disso faz a chamada coligação proporcional que para mim é uma aberração. Eu pego minha coligação com vários partidos… Então a pessoa quando vota, vota na pessoa do deputado ou no que ele representa de ideias, pois de repente o eleitor vai eleger alguém do outro lado da rua e que no dia seguinte vira as costas, tchau e bença e vai embora e vota como quiser aqui [Brasilia]. Então, por isso, que eu digo que é como se fosse um estelionato, pois a pessoa foi enganada. Tudo bem que é a regra do jogo, mas foi enganada. Eu a despeito do que muitos partidos, no campo progressista, dependem da coligação sempre disse, que comento: olhe, pra ajudar vocês a gente carrega uma porção de tantas outras coisas. Na verdade, a mãe e o pai desse volume de partidos no Brasil são as coligações.

BNews: Por que?

Jaques Wagner:  Ninguém se elegeria se não tivesse coligação. Muitos não se elegeriam. O que o cara ia fazer? Ia entrar em um partido maior, mais próximo do seu pensamento. Então eu acho absurdo falar em proporcional e coligação. Agora a figura da federação é outra. Assim como alguém pode se eleger no partido e na janela pode sair do partido – e volto a dizer que acho absurdo você se eleger na coligação e muda como votar aqui. Eu até me orgulho. No meu caso na Bahia: os partidos que estão no apoio do nosso governo, aqui em Brasília, no impeachment da Dilma, todo mundo votou com a gente, 24 federais e três senadores. Ou seja, funcionou como uma união daquele grupo, mas em geral não é assim. O que eu acho? Já existe em muitos países a figura da federação. Os partidos que pensam próximo se juntam, formam, não perdem a identidade de cada, mas se apresenta federado, com um número… Você fica fidelizado como um partido por quatro anos até a janela. Tem um problema mínimo que se refere a identidade dela para você garantir que aquele grupo vota daquela forma. Posso chutar aqui, poderia ter uma federação do campo dos vermelhos na Bahia e uma ou duas dos azuis e aí vai. Eu mesmo cheguei a discutir a possibilidade de uma coligação qualificada ou federações e aí viabilizaria a fidelização. Mas o relatório da Simone não fala disso. Simplesmente enterra as coligações. Relatório dela, mas que emenda que vai ter de plenário? Não sei e também não sei se aprova. E tem que correr contra o tempo, pois tem que tá aprovado até o início de outubro. Caindo a coligação, vai se tentar derrubar o veto do presidente sobre as federações que era do Senado, foi pra Câmara, foi aprovado e ele vetou. Pelo que hoje ouço é que caindo a coligação, ficará mais fácil derrubar o veto. Seria estratégia.

BNews: Reta final da CPI. Queria saber sua opinião de um modo geral. Inicialmente, me lembro, até já tínhamos conversado sobre, você foi contra a instalação da Comissão, pois não achava que era momento. Manteve essa posição. Mas depois desses três meses, basicamente, qual a sua análise?

Jaques Wagner:  No primeiro momento ela fez mais ou menos aquilo que eu já havia lhe falado, mas óbvio que ela serviu, pois deu muita discussão, televisão, jornal, então explicitou a crueldade do presidente ao tratar a doença. Todos os depoimentos comprovaram que ele [Bolsonaro] não tinha um mínimo de sensibilidade sobre o caso. Mas não era uma bomba, posso dizer assim. Era dizer: olha, porque não comprou, porque não quis comprar e foi aquilo tudo. Mas depois que teve o episódio do irmão do deputado federal e do deputado federal [Luiz Miranda] que aí virou caso de polícia, corrupção, ela passou a cumprir outro papel. Um desgaste muito maior para ele, no governo dele [Bolsonaro]. Foi quase uma delação, ganhou gasolina, virou caso de polícia uma vez que envolve o entorno todo do presidente, inclusive o filho dele. Então ela cumpre um papel de desgaste, tendo que esperar o relatório que no final vai ser emitido ao ministério público a depender da instância, a depender de quem é. Eu acho que serviu para esclarecer para boa parte da opinião pública toda essa panaceia.

BNews: Sobre Bahia. Conversei com Jabes Ribeiro do PP na semana passada…

Jaques Wagner:  Eu li a entrevista…

BNews: … E ele foi categórico ao dizer que não tem chapa formada. Que foi isso que saiu da visita de Lula em Salvador…

Jaques Wagner:  É isso mesmo…

BNews: … De fato não tem? Nos bastidores, nos deputados, nos assessores, nas lideranças é evidente o clima de que o senador será o candidato ao governo, o vice é do PP e o senado é com Otto, ainda mais depois das falas de Lula no evento da AL-BA em Salvador. Como tá essa situação?

Jaques Wagner:  Tudo que você falou nada é mentira, mas nada é a verdade definitiva. Meu nome tá colocado. Nome que mais agrega? É! São três partidos grandes e o meu nome é o que mais agrega. Eu brinco que vermelho tem ciúme de vermelho e azul tem ciúme de azul. Como os outros dois são azuis é mais fácil ter ciúmes entre eles do que de mim. Até porque meu público é outro. Você veja que os dois ficam disputando um tem 100, outro tem 100, outro tem 150 prefeitos. Na verdade, eles jogam no mesmo espaço político. Meu público é outro. Todo mundo trabalha junto, mas todo mundo tem se segmentado. Meu nome, por ter esse papo de ter sido fundador, patrono do grupo, acaba que meu nome é agregador. Agora assim: tá assinado? Registrado? Sentamos e combinamos? Não tá. Eu mesmo remeti para dezembro e janeiro. Aquela fala de Lula na AL-BA foi em cima também da fala de Otto. Que na minha opinião jogou bem (risos). Otto levantou a bola e o Lula não ia falar? Quem não gosta de ouvir e responder a gentileza? Por sorte ou azar Leão não tava na hora. Se os dois tivesse ali poderia ter jogado na dividida como foi na reunião interna. Leão também fez dengo aqui e ali. Então eu pessoalmente digo assim, do meu caso, é a tendência? É a tendência. Mas não ta escrevinhado. Rui vai ficar ou vai sair?

BNews: Já nesse gancho, Jabes defendeu a candidatura de Rui ao Senado, pois acredita que o governador tá bem avaliado e pode ajudar a puxar a chapa. Para isso acontecer, Rui renunciaria e Leão ficaria oito a nove meses como governador. Tem uma corrente do PT que não acha estratégico para o grupo esse movimento. Outra corrente de aliados, principalmente do PP que quer ver Leão com a caneta, insiste na tese. Rui fica até o final?

Jaques Wagner:  Hoje, a fotografia é dele ficar até o final, por vontade dele. Decisão dele até agora, pode mudar. Tivemos uma conversa, busca-se acomodar todo mundo. O PP tem uma ideia ou gostaria de ir pra vaga de Senado e isso é a verdade, pois eles acham que já tem no PSD na vaga que é Coronel lá, então eles argumentam que seria a vez deles, do PP no Senado. Então quando eles falam, diria que é a primeira pedida deles, mas também reconhecem que como por Otto tá sentado na cadeira teria mais naturalidade ser o pedido de Otto ser o candidato a senador, quase que no jogo de compensação eles que falaram isso [de Rui], pois aí Leão poderia ser governador. Não são só nove dias, são nove meses de governador e vai tá lá como ex-governador da Bahia, assim como Otto tá hoje. Então eles trouxerem isso como desejo do PP que seria algo que iria de encontro as outras tratativas a partir da medida que eles sabem que Cacá Leão não pode ser vice, Leão não pode ser vice e poderia ter uma disputa para o Senado que isso foi o que acabei de te falar. Só tem três vagas, isso satisfaz o grupo? Eu perguntei. Tem meu nome, vocês tão dizendo que Rui tem que sair candidato a alguma coisa, a senador, aí teria que ouvir Otto para ser vice e o PP disse que isso atenderia eles. Essa passagem de João Leão, que não vai ficar desamparado, a gente ganhando o governo fica com a gente, se Lula ganhar a presidência pode virar ministro. Essa foi uma oferta. Eu, pessoalmente, não tenho nenhum medo e nem preocupação, seja pela confiança que eu tenho em Leão, que acho que pactuado não vai fazer estripulia, seja porque acho que isso acontece no fim de março, abril que as coisas já rolaram. Agora Rui tem dito que quer ficar até o final, completar o mandato que ele ganhou, um pouco pelo que fiz também e acho que virou um padrão, um exemplo.

BNews: Se essa engenharia política não der certo. Leão já disse que ele vai ser governador, que ele é candidato a governador. E tem falado isso incisivamente. Voce acha que tem risco de racha?

Jaques Wagner:  Não acho. Falando na boa. Como te falei: O PP e o PSD cresceram muito no grupo. Eu não acho que vão se arriscar. Se eles olharem para o outro lado da rua, me aponte qual foi o partido que cresceu no outro grupo? Nenhum. Todos minguaram. Acabou como MDB, acabou com o PTB, vai acabar com o PDT. Só existe o partido dele (ACM Neto). Essa que é a verdade. Eu até avisei a Lupi e acho ele (ACM Neto) está dizendo que não vai se abraçar a nenhum candidato a presidente. Eu não tenho preocupação. Mas você perguntou se a engenharia não der certo, sinceramente eu não posso impedir que um aliado, pois quem é político e não tem pretensão não é político. Não posso pedir para calar a boca. Se quer ser governador, quer mesmo. Agora, na hora que sentar todo mundo para fazer o acerto não posso impedir que externe o seu desejo. Quem não tiver horizonte no poder não segura seu grupo político. Então ele tem que falar isso, fala e respeito. Já tive conversa com Leão de quatro horas de duração. A gente não criou só um grupo político, criamos uma relação de amizade, de confiança. Então as pessoas sugerem, exemplo. Otto ir pra o Senado por já ser senador… Eu tenho elementos para acreditar que quando a gente sentasse na mesa para ajustar que não deu isso, não deu aquilo, a gente arruma. Tem Assembleia, tem composição de governo. Se depender de Rui sair para ser candidato a senador dentro dessa concepção, o PP disse que satisfaria a eles. Ainda é muita especulação. Vai surgir a terceira ou quarta via no plano nacional? Não sei. Se mais partidos resolverem apresentar mais projetos e pessoas querendo ser candidatas locais, pode ter…

BNews: Mas ACM Neto tem esse discurso de que o nacional não vai interferir na eleição da Bahia no próximo ano…

Jaques Wagner:  Isso é o que interessa ele, pois ele não tem nacional. Esse que é o problema dele. Ele disse que ia apostar no Ciro. Eu acho que ele não aprova isso nem no DEM. E se tiver DEM junto com PSL piorou. Então ele vai acabar apostando em quem? Vai acabar apostando em Bolsonaro? Se fundir DEM e PSL e os dois formalmente apoiar Bolsonaro como fica a Bahia? Roma é candidato? Neto vai passar ser candidato de Bolsonaro? Não sei. É difícil fazer prognóstico agora, pois tem aí uma porrada de se. Então não tem situação definitiva. Se eles fundem e resolvem dar o tempo deles para Bolsonaro, por hipótese, mas estadualmente cada um tem liberdade, então ele pode não ser o nome de Bolsonaro na Bahia e Roma ser o candidato. Essa semana o Republicanos deu uma declaração recomendando a Roma que não falasse sobre candidatura… Tem muitas variáveis.

BNews: Nesse gancho seu, sobre a disputa da presidência, no tocante a Bolsonaro, ele é candidato a reeleição?

Jaques Wagner: Rapaz, pode ser até uma maluquice, mas eu já começo a ouvir aqui que do jeito que ele vai ladeira abaixo a única saída que tá restando a ele, até para não ser o polo derrotado por Lula, é desistir da candidatura. Ele não tem grupo, ele tem seguidor. Nem partido ele tem ainda.

BNews: Mas Bolsonaro não candidato, em tese, facilitaria a vida de ACM Neto na Bahia…

Jaques Wagner:  Facilitaria a vida, mas repare que se Bolsonaro não for candidato, mingua em primeiro o nome de Roma. Ela deixa de existir, vai explodir, pois ele ainda não tem voo próprio ou ele pode fazer o que fiz em 2002, ir construindo. Mas eu não tomo ainda como possibilidade real de Bolsonaro não ser candidato. Mas quando eu digo e todo mundo acha que é brincadeira quando comento que Bolsonaro candidato Roma pode surgir na frente de Neto é um fato que vejo, pois seguidor é seguidor. Se ele tá no programa de televisão e dizer que Roma é o candidato dele, ele vai levar o povo dele pra votar.

BNews: Lula de fato é a realidade do PT ou pode surgir um outro nome de renovação?

Jaques Wagner:  Ela só existe se ele pessoalmente desistir. Mas toda conversa que tenho com ele e todo movimento que tá fazendo é difícil de desistir. Ele tá cada vez mais empolgado. Entra o componente que se não tivesse tido a prisão e só tivesse a racionalidade política, eu diria que ele não seria, mas é difícil dizer com o cara que ficou mais de 500 dias, que sai com mais de 60% de aprovação, que é chancelado como vítima de um sistema perverso, de juiz que o julgou é considerado suspeito e o resto ele tem sido colocado como inocente, 19 já, ele tá em outro patamar. E ele dizia isso que os que chamaram ele de corrupto foram os que aplicaram a corrupção. Então tem tanto componente aí que ajuda ele, principalmente o senso de justiça do povo. Se ele, por questão pessoalmente ou familiar, mas eu não vejo Janja pedindo a ele para não ser candidato. Não tem elementos de família que possam puxar contra. Não tem ninguém na militância lutar contra. Não tem problema. Vai ser com ele.

BNews: Última pergunta, voltando para a Bahia. Tem conversado com partidos? Como tá essa interface? Tem dialogado com o MDB de volta? O PSC também?

Jaques Wagner:  Você me conhece e sabe. Eu vou conversar com todo mundo. Já conversei com o MDB, não tem martelo batido. O PSC tem gente mandado recado. Na verdade, tá muito antecipado, todas conversas são preliminares. Mas o MDB do que jeito que foi tratado lá, não sei se vão ter grandes paixões de continuar. Não sei. Eles não tomaram decisão. Agora eu converso. Há um processo do lado de lá de definhamento. Quando o DEM aqui nacional pretende se fundir com o PSL é porque ele tá definhando. Vários nomes vão sair e partidos aliados próximos também vão se afastar. (Bocão News)