Mais do que medo de morrer, Jô Soares tinha medo de parar de produzir. Aos amigos próximos dizia que queria trabalhar até o capítulo final da vida. E assim foi dias antes de morrer. Jô Soares havia combinado que faria ensaios de sua nova peça de teatro na casa dele em São Paulo, assim que os médicos o liberassem, pois estava com uma gripe forte.

A peça de teatro em questão era uma tradução do título Gaslight, de 1944. Jô já havia escalado boa parte do elenco. Entre os atores contatados por Jô estavam Adriane Galisteu e Dan Stulbach. Jô estava buscando um título para a nova peça e já havia dito aos atores que pretendia estrear o espetáculo ainda neste ano, pois também tinha um projeto de um livro novo para lançar.

Mais produtivo que isso, impossível! A amiga e vizinha Adriane Galisteu, que estrelou vários espetáculos dirigidos por Jô, já havia aceitado viver personagem na nova peça. O texto em questão falaria sobre abuso e manipulação emocional e psicológica.

“Eu faria uma doméstica”, contou Galisteu. Ela também revelou que não foram poucas as noites de insônia que passou conversando e rindo com o vizinho, pois os dois moravam no mesmo prédio, e dormiam muito tarde. Galisteu conta que assim como ela Jô era um apaixonado por gastronomia, e os dois gostavam de dar notas a restaurantes como se estivessem fazendo um guia Michelin só deles.

“Falar do Jô é falar de gratidão “, disse Galisteu ao blog KTV. Galisteu também se lembrou de um aspecto peculiar de Jô Soares. O perfume do apresentador ficou eternizado na memória dos amigos mais próximos. Jô era um apaixonado por perfumes e deixava o seu cheiro por onde passava. R7