O médium João de Deus, de 77 anos, e a mulher dele, Ana Keyla Teixeira, de 40, foram indiciados pela Polícia Civil de Goiás por posse ilegal de armas. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (10), durante uma coletiva concedida pela delegada de Polícia Karla Fernandes, em Goiânia. Ela também anunciou o fim da força-tarefa da corporação criada para investigar as denúncias contra o religioso.

 

Agora, os inquéritos são enviados para o Poder Judiciário, que encaminha para análise do Ministério Público segundo o G1. O Ministério Público pode oferecer a denúncia, pedir o arquivamento ou solicitar novas diligências policiais. Se houver denúncia, a Justiça pode aceitá-la ou não. Aceitando, o denunciado vira réu e será condenado ou absolvido pela Justiça.

 

“A força-tarefa da Polícia encerrou todos os seus procedimentos porque já foram indicados em dois [casos] por posse ilegal de arma tanto o João de Deus, como a esposa dele, Keyla, uma vez que ambos moram nas mesmas residências, tanto de Abadiânia, como Anápolis. Nas duas cidades houve apreensão de armas de fogo”, afirmou a delegada. O médium foi preso após as denúncias de abusos sexuais durante os atendimentos espirituais.

 

Ele está detido no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. João de Deus sempre negou os crimes. Sobre as armas, um dos advogados de João de Deus, Alex Neder, disse que o médium relatou em depoimento à polícia, na cadeia, que as armas eram de pessoas que queriam se matar ou como “garantia” de empréstimos.

De acordo com a delegada, a força-tarefa deve ser finalizada nesta semana. Só ficará em aberto a investigação de lavagem de dinheiro, devido aos mais de R$ 1,6 milhão encontrado em imóveis do médium, e da origem das pedras preciosas também apreendidas. Os delegados da Delegacia Estadual de Investigações Criminais devem concluir esses procedimentos após a conclusão de laudos periciais.