Agência Brasil

O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA), em entrevista ao BNews, disse achar “muito improvável” que o presidente Jair Bolsonaro não consiga construir um palanque na Bahia para as eleições de 2022. Segundo Roma, a ideia é “juntar as forças que seguirão esse caminho”. “Eu estarei nesse caminho. Como se dará essas articulações? Isso é para 2022”, projetou. Roma também confirmou a intervenção do ex-prefeito ACM Neto nas exonerações de Luiz Galvão (que era responsável pelas prefeituras-bairro da caputal baiana) e de Tércio Brandão, seu assessor. “É natural a ligação dele [Bruno Reis] com ACM Neto, que precisou tomar algumas atitudes em relação do posicionamento de ACM Neto em face a minha ida ao Ministério”, disse. No entanto, o deputado federal licenciado disse que relação com o prefeito de Salvador é cordial no ambito administrativo, mas que não conversa com o ex-padrinho político desde 12 de feveiro, quando romperam ligações.

Confira a entrevista completa com o ministro da Cidadania, João Roma:

Como está sendo para você, de fevereiro para cá, esse desafio de assumir esse ministério, com orçamento de R$ 146 bilhões, que cuida de importantes projetos sociais no Brasil?

João Roma: Certamente é a maior e mais desafiadora missão na minha vida pública até hoje. O Ministério tem enorme atribuições, enorme estrutura, mas maior ainda é sua responsabilidade. Momento é tão decisivo. É o momento que se grava as dificuldades sociais do nosso país. Tudo isso passa pelo Ministério da cidadia, na minha chegada precisei tratar do auxilio emergencial. Então é um desafio realmente muito grande. Todas as nuances da burocracia de um ministério tão amplo. De fato, estou dedicando todas as minhas energias nessa missão atual. Entendo a responsabilidade que isso significa, dando o máximo nessa missão.

Conversei com secretario-executivo do Ministério da Cidadania, Luiz Galvão, ele me falou que haverá uma reforma para o Bolsa Familia. Deve ter a reformulação do programa?

João: Realmente. Esse assunto fez parte sim da pauta. Tratei com Jair Bolsonaro. Buscamos dar uma estruturada para ampliar programas sociais para que tenha significado para essa população. Que sirva não só como teia de proteção, como também consiga através da ampliação e fortalecimento do programa social, buscar a emacipação do cidadão. Buscar que o cidadão tenha possibilidade de encontrar êxito sua trajetória. Um suporte para que supere desafios. Estamos sim fazendo essa reformulação dos programas sociais, que inclui Bolsa família. Logo após a última parcela de auxílio, que deverá ser junho desse ano, os beneficiários já possam encontrar outro amparato de programa social, que possa estar mais junto dessa população.

Como está a atuação do Ministério da Cidadania a frente da pandemia do coronavírus?

João: Muita coisa passa pelo Ministério, são só bolsa familia, auxilio emergencial, mas toda a área de assistência social tem importância significativa, através de toda rede de SUAS. Além de recursos de auxilio para que o cidadão faça frente a esse período de dificuldade. Então são mutias decisões importantes. Após o advento do auxílio emergencial, muitas das informações estão mais claras para o Brasil.

Com sua experiência como deputado federal, acha que a CPI da Covid-19 no Senado Federal pode jogar um foguete em possível impeachment de Bolsonaro?

João: Acho muito improvável chegar a esse ponto. Até porque Bolsonaro tem suas opiniões, mas tem sido o presidente que tem desmonstrado a preocupação com o dia-a-dia dos brasileiros, com subsistência dos brasileiros. O presidente que mantém contato direto com a população. No final de semana vai a bairros populosos de Brasília. Visita as pessoas, vai olhar o que tem na geladera do povo. É uma preocupação muito legitima. Não acredito que chegue a esse ponto. Sempre delicado viver no momento como esse só falando em relação ao governo federal. Ouvi de um deputado uma expressão: ‘é como instalar um tribunal durante o período de guerra’. Isso pode desistimular muitas ações de gestores públicos em todo o País. Claro que sempre buscar a legalidade. Não vivemos um momento de exceção, mas é um período excepcional. E o excepcional não pode ser tratado da mesma maneira. Não existe protocolos tão bem definidos. A própria OMS, quantas vezes já vimos mudar de opinião em vários quesitos. Não vejo pertinência na CPI nesse momento. O momento é de buscar cooperação para que consiga dar o máximo de si.

Acha que o presidente Jair Bolsonaro mudou a visão e posicionamento frente à pandemia?

João: Eu acho que o presidente Bolsonaro naturalmente tem avançado no quesito administrativo. Chegou com gênesis, que siginficava ruptura, funcionamento da engrenagem do governo federal é complexo. Há sempre muitas nuances desse desdobrar da administração. O próprio ministro Paulo Guedes admitiu isso durante essa semana porque fazer as coisas acontecerem no Estado, não é matéria tão simples. Requer também aprimoramento, aprendizavem durante toda essa trajetória.

O senhor já teve contato com o governador Rui Costa desde que assumiu a pasta?

João: Não, o governador nunca me procurou. Estou à disposição da Bahia. Tenho trabalhado bastante aqui para solucionar os problemas, em especial, aos municípios que muitas vezes ficam desguarnecidos. Tenho dado atenção especial no que diz respeito à Bahia, mas ainda não fui procurado. A agenda está disponível, indenpendete de posições partidárias. Participei de reuniões na governadoria, com General Ramos, outra visita com Arthur Lira para a Bahia. As pessoas têm muita clareza da minha posição. Não tenho o menor constragimento. Já estive com os governadores de Pernambuco, Rio de Janeiro, Alagoas, Goiás. Vários governadores, mas nada do governador da Bahia. Me coloco à disposição.

O senhor se considera o porta-voz do governo federal na Bahia?

João: Não sei a palavra é porta-voz, mas naturalmente pela posição de minsitro da Bahia, no Governo Bolsonaro, isso traz responsabilidade de não só assessorar o presidente, mas de defender o seu legado na Bahia. Presidente tem pautas importantes, tem feito muito. Como naturalmente tenho o maior convívio com estado da Bahia, trato várias matérias junto ao governo federal. Amanhã [hoje] mesmo tem uma reunião de ministros com o presidente. Quando passa algum tema sobre a Bahia, eu estou atualizado. Busco sempre colaborar, lutar para que a gente consiga ter mais investimentos.

Por assessorar o presidente, o senhor pode ser o titular do palanque de Bolsonaro aqui na Bahia? Está no seus planos ser candidato a governador em 2022?

João: Eu nunca tratei desse tema com o presidente da República. Naturalmente o processo eleitoral exige definição de palanques. Acho muito improvável que o presidente Jair Bolsonaro não consiga construir um palanque na Bahia. Então teremos que agir buscando os assuntos que são de importância para a Bahia. Juntar as forças que seguirão esse caminho. Eu estarei nesse caminho. Como se dará essas articulações? Isso é para 2022. Tenho me dedicado a missão no Ministério da Cidadania. Essa missão tem consumido muito da minha energia. Pretendo deixar as definições para 2022. Naturalmente que quando você faz evento, que prefeitos mantêm contato, isso gera comentários na Bahia, as movimentações que sinalizam um aquecimento para 2022. Mas tenho me posiconado no quesito administrativo, de forma a dedicar toda energia. Naturalmente vou continuar na Bahia intensificando a agenda administrativa e fortalecendo o legado de Bolsonaro.

E ACM Neto, o senhor pode fazer alguma ponte com ex-prefeito? Como está essa relação com ele depois de 12 de fevereiro?

João: Não mantive mais contato com ACM Neto. Da minha boca, ninguém viu uma agressão ao prefeito, nem sequer me manifestei sobre rompimento. Estou muito consciente da responsabilidade que chegou para mim. Não tenho direito de decepcionar milhões de brasileiros. Tenho seguido esse caminho. Na política os cenários compõem de acordo com a circustância. Vamos aguardar para 2022.

E Bruno Reis, como está a relação? Já teve diálogo após as exonerações de Luiz Galvão e Tércio Brandão?

João: Mantenho com Bruno. Estive na sua caminhada, contribui para sua eleição. Tenho tratado como sempre, em defender os interesses de Salvador. Atento às questões adminstrativas, trazendo mais investimentos. Tenho mantido o convívio social. Trato administrativo adequado, como sempre fui atento as coisas de relavância. Tenho evitado buscar a partidarização, ou a seguir nuances outras. É natural a ligação dele com ACM Neto, que precisou tomar algumas atitudes em relação do posicionamento de ACM Neto em face a minha ida ao Ministério, mas por um lado nós seguimos avançando, trabalhando para buscar atender a população. Informações do Bocão News