O jornalista Jony Torres, da TV Bahia, detalhou o pânico sofrido, na noite da última segunda-feira (17), ao ser assaltado por dois bandidos na área rural de Esplanada, município do litoral norte do estado. Em entrevista ao jornal Correio, Torres contou que ficou preso no porta-malas de seu carro enquanto os criminosos incendiavam o veículo.

Em uma moto os dois elementos abordaram o jornalista e anunciaram o assalto. Segundo ele, os criminosos estavam visivelmente alterados, possivelmente sob efeitos de álcool ou drogas. Um deles, inclusive, chegou a pensar que Torres era um policial.

“Ele achou que me reconheceu por ser policial e começou a dizer: ‘nós é bonde do maluco, porra, nós vai lhe matar. Cadê o celular, porra? Eu dizia pra ele: velho, eu sou jornalista, não sou polícia. Tenho dois filhos para criar. Um deles ainda disse: ‘eu também não tive pai para me criar'”, contou.

Os homens, então, pediram o celular de Jony, mas como ele tinha deixado o aparelho na fazenda que tem com o sogro na região, os bandidos levaram R$ 400. O roubo, no entanto, não deixou os criminosos satisfeitos. Irritados por não conseguirem roubar o aparelho, os dois assaltantes anunciaram que iriam matar o jornalista e levaram Jony até o carro, um modelo Nissan Tiida.

“Me botaram no porta-malas do carro e disseram: ‘vou lhe matar porra’. Fiquei achando que me dariam um tiro, mas ele ainda disse: ‘não vou gastar uma bala com esse filho da puta'”, disse o jornalista.

Preso no veículo, Torres ficou no porta-malas até perceber que a moto dos bandidos teria saído do local, um terreno com plantações de eucalipto, próximo à estrada onde ele passava de carro antes do assalto. Graças a uma corda que tinha como puxar do banco traseiro, ele conseguiu sair pela porta do fundo do carro.

Neste momento, o veículo já estava com a parte da frente pegando fogo. Segundo o jornalista, os criminosos usaram cachaça para incendiar o veículo. Ao ver a cena, ele correu em direção ao mato para se esconder e posteriormente seguiu pela estrada até ser socorrido por outras pessoas.

Nesta terça-feira (18), em recuperação pelo ocorrido, Jony resumiu todo o fato sofrido: “Foi terrível. Uma maldade sem sentido. Queriam me matar só por causa de um celular”. Com o caso sendo investigado pela delegacia de Esplanada, Torres vem prestando depoimentos para as autoridades e ajudando na elaboração dos retratos falados dos dois criminosos. Bahia Notícias