Sérgio Lima/Poder360

O jornalista do Intercept Brasil Glenn Grennwald respondeu neste último sábado (27), ao jornal Folha de S.Paulo, o comentário do presidente Jair Bolsonaro de que ele talvez fosse preso no Brasil, já que não se encaixa em portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública que facilita a extradição de criminosos.

Glenn afirmou não haver uma ditadura no Brasil. “Ao contrário do que Bolsonaro deseja, não temos uma ditadura, temos uma democracia e para prender alguém é preciso mostrar evidência de que a pessoa que você quer prender cometeu algum crime”, disse ao jornal.

O site do qual o norte-americano faz parte tem publicado uma série de reportagens com conversas entre membros da força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz e atual ministro Sergio Moro, no caso que ficou conhecido como Vaza Jato.

Mais cedo, Bolsonaro chegou a dizer que o jornalista teria sido “malandro” por ter se casado com o deputado federal David Miranda (Psol) e os dois terem adotado crianças brasileiras.

Isso porque, desta forma, Glenn tem cidadania brasileira, o que o excluiria do texto da portaria 666 da pasta de Moro, que estabelece que pessoas consideradas perigosas ou criminosas poderão ser deportadas sumariamente ou ter seu visto de permanência no Brasil reduzido ou cancelado.

“Isso é totalmente maluco porque o David e eu estamos casados há quase 15 anos. Peguei meu visto de permanência, baseado em nosso casamento, entre 2006 e 2007”, afirmou Glenn. “Evidentemente, Bolsonaro acha que tenho poder para prever o futuro, que depois de mais de 10 anos eu precisaria dessa proteção para não ser deportado. É quase insana essa teoria.”

O jornalista afirma que é preciso ser “totalmente maluco” para falar em uma teoria como esta. Ele avalia que o presidente gostaria de ter o poder para prender pessoas por motivos políticos, sem provas de que 1 crime tenha sido cometido, mas que Bolsonaro não o tem. Poder360