O incômodo em ver a desigualdade e falta de oportunidade sofrida por muitas pessoas sempre acompanharam Caio Medina. O jovem de 22 anos é o único baiano entre os quatro jovens brasileiros escolhidos pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para representar o país no Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social da ONU, que acontecerá na cidade de New York, nos Estados Unidos, nos dias 8 e 9 de abril.

Na edição de 2019, o fórum tem como tema “Empoderados, Incluídos e Iguais”. Mais de 500 participantes, entre jovens, ativistas e representantes governamentais do mundo inteiro vão discutir durante os dois dias o papel da juventude na promoção da temática, com foco nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Após o fórum, as questões levantadas serão utilizadas como subsídio para a tomada de decisão durante o Fórum Político de Alto-Nível da ECOSOC, que tem como foco diplomatas, chefes de governo e de Estado.

Com a mala cheia de ansiedade e expectativa pelo aprendizado, o estudante do curso de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e morador do bairro de Macaúbas, próximo a comunidade do Pela Porco, embarca para os Estados Unidos na madrugada deste sábado (6).

Caio contou que tem se preparado muito para a viagem. Ele pretende aplicar tudo que aprender e vivenciar durante a oportunidade em projetos para aqueles que precisam: “espero o melhor, realizações, projetos novos, e que a gente consiga, com todo conhecimento adquirido lá, contatos, formular novos projetos, a nível mundial, consigamos um mundo melhor”.

Os pais de Caio, Ulisses e Graça, sempre trabalharam em dois empregos para que ele e a irmã pudessem ter uma educação de qualidade. No ensino médio, o jovem entrou na Escola Olodum, e lá fortaleceu a vontade de combater desigualdades. “A escola Olodum colocou fogo na chama. Ver a desigualdade e se incomodar, ajudar se tornou um desejo constante”, lembrou ele ao acrescentar que foi na escola Olodum que ele começou a ouvir e entendeu a importância da representatividade.

E é como uma figura representativa que Caio Medina se vê no futuro. “Continuamente aprendendo, tenho muito prazer em aprender, que é muito importante, a gente nunca está estático, não devemos achar que sabemos tudo, amadurecer, a partir disso me vejo sendo representatividade produtiva para as pessoas  e também aprendendo com elas”, previu.

Entre os projetos formulados por Caio e os demais integrantes do Programa Embaixadores da Juventude está o “Vou a Perifa”, que tem como objetivo levar capacitação até comunidades carentes para que os moradores possam competir por vagas de emprego. “O foco é a redução de desigualdade, levar oportunidade para comunidades, de emprego principalmente, através de parcerias”, explicou Caio. (Bahia Notícias)