Uma jovem de 22 anos, da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, denunciou ter sido agredida pelo ex-companheiro na frente do filho do casal. Por causa das agressões, ela teve a perna fraturada e hematomas em várias partes do corpo, como rosto, barriga, costelas, braços e seios. O caso aconteceu na madrugada do dia 25 de agosto, mas a vítima, Mayra Laura Buchler, só revelou a situação na terça-feira (10).

O caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. Até a manhã desta quarta-feira (11), o suspeito não havia sido preso. De acordo com informações da delegacia, que confirmou o registro da ocorrência, uma testemunha e o suspeito ainda serão ouvidos. Em uma rede social, Mayra falou sobre a agressão e deu detalhes de como aconteceu.

“Fui agredida de forma brutal. Levei socos no rosto que me fizeram cair no chão, e mesmo assim continuei sendo chutada pelo agressor na barriga, costelas, braços e perna (onde houve a fratura). Se estou viva hoje, foi devido às pessoas de alma boa que, ao passarem por ali, me socorreram, pondo fim nas agressões. Ainda estou em recuperação tanto fisicamente quanto emocionalmente, que me pego perguntando até onde iriam as agressões se não tivessem me prestado socorro”, escreveu ela.

A vítima falou também sobre o fato das agressões terem acontecido na frente do filho. “O mais banal foi que aconteceu tudo na presença do meu filho, e me senti impotente e com medo do que poderia acontecer a mim e a ele”, disse. A jovem ainda desabafou que, enquanto enfrenta dificuldades por conta das agressões, como a fratura na perna, o suspeito está solto e segue a vida tranquilamente.

“Eu fiquei pulando de um pé só para colocar meu filho pra dormir (porque só queria a mim), a mama que meu filho tanto gosta de ter antes de dormir (acabou. Devido ao trauma que passei só fazia perder sangue). Dormir? Nem sei o que é dormir, meu filho acorda de 5 em 5 minutos apavorado devido a tudo que presenciou”, disse. Mayra falou também que a família ficou desestruturada depois do caso.

“Minha família? Desestruturada com tudo que houve, mas se mantendo forte para que eu não desista da vida. Amigos? Me ligando o tempo todo pra saber se ainda estou viva e respirando. Isso é justo com quem? Para quem? Vamos acabar com o silêncio, esse silêncio que nos mata e dá poder a esses agressores. Eu fui vítima, sua filha pode ser um dia, ou sua mãe. Se perguntem: ‘E se fosse comigo?'”, questionou ela. G1