O rapaz de 19 anos preso em flagrante após confessar ter matado uma adolescente de 15 anos, depois da vítima ter se recusado a ter relações sexuais com ele, no município de Vereda, extremo sul da Bahia, descreveu à polícia como cometeu o crime. Segundo a Polícia Civil, o suspeito descreveu o assassinato com frieza durante o depoimento.
O jovem, Daniel Max Santos de Jesus, de 19 anos, disse ter sofrido bullying na infância e que a ‘rejeição’ da garota gerou nele um excesso de fúria que o levou a cometer o feminicídio.
As informações foram confirmadas nesta quarta-feira (6) pelo delegado Manoel Andreetta, que ainda apura se Vivia Soares também foi vítima de estupro antes de ser assassinada por estrangulamento. Segundo a família da vítima, a garota e o suspeito se conheceram pela internet. O delegado disse que o suspeito ainda se disse arrependido do crime.
“Ele disse que teve um excesso de fúria e que, então começou a estrangular a vítima. Afirmou, inclusive, ter usado uma camisa para cometer o crime, camisa essa que foi encontrada enrolada no pescoço da vítima, no local do crime que ele indicou”, disse o delegado.
Manoel Andreetta também disse que o jovem contou como enterrou a vítima. “Depois da morte dela, ele ainda contou que começou a cavar um buraco com um pedaço de madeira e deixou o corpo parcialmente enterrado. Ainda jogou galhos de árvore sobre o corpo para esconder”, disse Andreetta.
Segundo o delegado, Daniel contou que levou a jovem até o local do crime com o consentimento dela, mas não há confirmação.
“Não sabemos se isso é verdade ainda porque foi em um lugar ermo, em um morro alto. Então, se ela foi coagida ou se foi espontaneamente, a gente ainda não sabe. Tudo que temos até agora é só a versão dele”, afirmou o delegado.
“Agora, depois da prisão dele em flagrante, estamos aguardando resultado periciais para saber se houve ato sexual e se foi com consentimento dela ou se foi forçado, o que caracterizaria o estupro”, disse Andreetta, que ainda informou que aguarda resultados de exames periciais.
“O que temos até agora é o feminicídio caracterizado por meio de estrangulamento e ocultação de cadáver”, destacou o delegado. Ainda segundo Andreetta, os parentes de Vivia ainda não prestaram depoimento porque estão muito abalados com o crime.
O delegado também informou que, posteriormente, deverá ser solicitado exame de sanidade mental no suspeito.
“Ele contou que sofreu bullying, que era rejeitado pelos colegas, que ainda sofre com isso, mas isso tem que ser provado. O MP deve pedir que ele seja submetido a um exame”, disse o delegado.
O suspeito disse ainda que mantinha uma relação de confiança com a vítima, e que eram muito amigos. Segundo a polícia, no dia do crime, a jovem saiu de casa com ele com o consentimento da mãe dela.
“A mãe deixou os dois saírem juntos, para comprar alguns mantimentos, mas no meio do caminho ele disse que a chamou para ir ao local onde posteriormente o crime ocorreu”, contou o delegado.
“Os dois já eram conhecidos e existia, sim, uma relação de confiança com a vítima. Ele, portanto, não era estranho para a família dela”, afirmou Andreetta.
O delegado ainda disse que o jovem nunca chegou a ser preso anteriormente, mas chegou a ser intimado uma vez por suspeita de ter usado força contra uma mulher para que ela mantivesse relação sexual com ele.
“Consta somente essa passagem anterior. Ele chegou a ser intimado a prestar esclarecimentos, mas não houve consumação do ato e acabou não dando em nada para ele”, destacou. G1