Aos 17 anos, Érica Almeida cursa o 3º ano do Ensino Médio integrado ao técnico na Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I), uma das escolas parceiras da Fundação Odebrecht na execução do PDCIS, seu Programa Social. Enquanto mergulha nos aprendizados de disciplinas como português, matemática e biologia, a jovem também está recebendo uma formação voltada ao Agronegócio, dando vida ao sonho de empreender no campo. Em 2020, Érica adicionou uma nova responsabilidade à sua lista de tarefas: ela foi um dos cinco estudantes da CFR-I que participaram do projeto Mais Estudo.

Iniciativa da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, o Mais Estudo é um projeto de monitoria voltado para turmas do 9º ano do estudo fundamental, das séries do Ensino Médio e educação profissional. Com duração total de seis horas, divididas no período de três meses, o Mais Estudo visa que os próprios alunos atuem como monitores nas disciplinas de língua portuguesa e matemática, contribuindo para o desenvolvimento de outros colegas.

“Cada estudante monitor recebe uma bolsa auxílio de R$ 200 e, além disso, é acompanhado diretamente por um professor que valida as atividades e os relatórios que eles fazem. Ao final, a escola nos encaminha os relatórios para que façamos a validação do trabalho”, explica Cristina Santana, diretora de acompanhamento pedagógico e formação continuada da superintendência de políticas para a educação básica da Secretaria da Educação do Estado da Bahia.

Na CFR-I, cinco estudantes foram selecionados para o Mais Estudo – três para atuarem como monitores de matemática e dois de língua portuguesa. Juntos, eles apoiaram cerca de 90 outros jovens da Casa Familiar entre os meses de abril e julho, período que durou o projeto na Casa Familiar. Érica, que atuou como monitora de matemática, conta que a experiência foi muito rica e, mesmo durante a pandemia, foi possível contribuir com a formação dos colegas. “O projeto foi importantíssimo para ajudar no aprendizado de jovens de outras turmas e na minha aprendizagem. Foi uma experiência incrível, porque aprendi mais e ainda colaborei no conhecimento de meus colegas, tirando dúvidas, ajudando em determinados assuntos e auxiliando os professores. Acredito que a educação transforma”, diz Érica.

Desafios superados

Como critério para participar do Mais Estudo, estudantes precisam atingir, no componente curricular, média oito. A Secretaria de Educação identifica então os pré-selecionados e compartilha a lista com a escola – essa, por sua vez, entra em contato com cada aluno para que ele manifeste o desejo de participar antes de finalizar o processo de seleção.

Para Tailã de Souza, assessora pedagógica e professora de língua portuguesa da CFR-I, o projeto corrobora para o currículo escolar dos alunos. “É uma oportunidade de crescimento na vida estudantil e profissional. Eles colocam em prática o que estão estudando para ajudar os colegas de uma forma orientada com o professor”, comenta.

Essa é a segunda edição do Mais Estudo. Lançado em 2019, o projeto teve 8.170 vagas ocupadas das dez mil disponibilizadas. Em 2020, mesmo durante a pandemia do Coronavírus, 8.032 estudantes efetivaram sua participação. “Para nós, foi uma vitória muito grande. No cenário de pandemia e isolamento social, termos um trabalho de monitoria é muito complexo porque pressupõe um trabalho próximo de interação”, afirma Cristina. Adaptado para execução em formato virtual, o Mais Estudo continuou com um bom engajamento dos participantes.

Para Cristiane Nascimento, responsável por Sustentabilidade, Parcerias e Comunicação na Fundação Odebrecht, a participação da CFR-I em um projeto como esse dialoga diretamente com as prioridades da agenda global e da própria Fundação. “Entendemos que, a partir da educação, podemos construir um futuro melhor para todos. Ver jovens da zona rural dedicados a aprender cada vez mais e compartilhar o conhecimento nos dá a certeza de que estamos formando uma nova geração engajada e atuante”, explica.