O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que cabe ao Poder Judiciário avaliar possíveis nulidades nas provas referentes ao caso das mensagens vazadas que revelaram supostas ações irregulares na produção de relatórios para inquéritos contra bolsonaristas, solicitados pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É muito difícil a partir da leitura de uma matéria de jornal nós temos a aferição exata de se há repercussão jurídica para o processo em termos de nulidade de prova ou não. Esse é um entendimento que caberá ao Judiciário decidir, ao Ministério Público aferir isso”, disse Pacheco, de acordo com a Folha de S. Paulo. Pacheco também defendeu a liberdade de imprensa sobre o caso. “É muito importante garantir e preservar algo que é muito sagrado para os jornalistas, que é a fonte”, enfatizou.
Pacheco também se posicionou contra os pedidos de impeachment de Alexandre de Moraes, feitos por grupos bolsonaristas, alegando que tais demandas desviam o foco das discussões mais urgentes para a sociedade. Ele relembrou que já rejeitou pedidos semelhantes em 2021, quando Jair Bolsonaro (PL) era presidente, e afirmou que tratará o tema com prudência para evitar rupturas institucionais. “Não tenho problema nenhum em decidir no momento oportuno e eu vou decidir de acordo com a minha consciência, com a viabilidade jurídica e com a viabilidade política do pedido”, disse O presidente do Senado, porém, ressaltou que abordará o tema com prudência para não permitir, segundo ele, “que esse país vire uma esculhambação de quem quer acabar com ele”.
“Qualquer medida drástica de ruptura entre Poderes, nesse momento, afeta a economia do Brasil, afeta a inflação, afeta o dólar, afeta o desemprego, afeta o nosso desenvolvimento. É muito ruim que essas divisões políticas pautadas para enriquecer segmentos, para ter voto, engajamento em rede social, possa pautar a vida na nação”, destacou.
Por fim, o presidente do Senado comentou sobre os atos organizados por parlamentares bolsonaristas e de extrema direita contra Moraes, programados para o dia 7 de setembro, inclusive em sua base eleitoral, Belo Horizonte. Pacheco deixou claro que não se deixará pressionar. “O que for para me sensibilizar vai ser muito bem-vindo. Não adianta querer me pressionar, porque na base da pressão não vai em lugar nenhum. Eu tenho responsabilidade com o meu cargo, eu sei o que eu represento”, afirmou. Brasil247