A mulher que foi presa por negociar programas sexuais por meio de rifas, no bairro do Itaigara, em Salvador, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, nesta sexta-feira (3), pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A prisão de Raquel da Costa do Nascimento aconteceu na noite de quarta-feira (1º), quando a Polícia Civil desmontou uma casa de prostituição no local, que é considerado um ponto nobre da capital.

Em nota, a defesa de Raquel da Costa do Nascimento informou que tomou como surpresa a decisão da juíza da vara de audiência de custódia, que converteu o “suposto flagrante” em preventiva, pois entende que a mesma preenche todos os requisitos objetivos para responder o processo em liberdade. De acordo com a defesa da suspeita, sobre o envolvimento de Raquel Nascimento na negociação de programas sexuais por meio de rifas, maiores informações serão reveladas quando houver acesso a todos os elementos da acusação.

As mulheres que estavam sendo sorteadas através da rifa eram estimuladas a levar novas garotas para a casa de prostituição. A suspeita foi presa por equipes da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), que recebeu denúncias de exploração sexual infanto-juvenil. A polícia não encontrou crianças ou adolescentes no local. Segundo a polícia, ela negociava as vítimas de exploração sexual por meio das rifas.

“Durante as investigações chegamos a um card, onde no dia 1º de setembro haveria uma rifa, cujo sorteio correria pela loteria federal, e os prêmios seriam mulheres e bebidas alcoólicas”, explicou Simone Moitinho. Todo o esquema era divulgado em um perfil da casa de prostituição, em uma rede social. Seis garotas de programa foram encontradas no local.

Os investigadores encontraram ainda R$ 32 mil, 100 euros e 277 dólares, além de folhas de cheque. Maquinetas de cartão de crédito, cadernos com anotações e documentos das mulheres também foram localizados, o que configura a prática exploração sexual. A ação contou com o apoio do Núcleo de Inteligência (NI) do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), e as investigações seguirão para apurar se há exploração infanto-juvenil no local. A suspeita presa já passou por exames de lesões e está à disposição da Justiça. G1