João René Espinheira Moreira, mais conhecido como DJ Oliver, 33 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por agredir a ex-namorada, a advogada Juliana Galdino, de 26 anos, no início de janeiro deste ano.

Conforme o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o pedido de prisão foi expedido pela 1ª Vara da Justiça pela Paz em Casa de Salvador, na terça-feira (29). O caso está sob investigação da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam), no bairro de Brotas. O suspeito ainda não foi localizado pela polícia.

Caso

Advogada Juliana Galdino denunciou agressões de ex-namorado na Bahia — Foto: Vanderson Nascimento/TV Bahia

Juliana Galdino denunciou á polícia ter sido agredida pelo ex-namorado entre a noite de 4 de janeiro e a madrugada do dia seguinte. Ela ficou com hematomas no rosto e pontos na testa por conta de um corte que teve durante as agressões.

A vítima relatou que foi agredida com murros, chutes e pontapés. Após a denúncia, a Polícia Civil solicitou e a Justiça concedeu uma medida protetiva para que o DJ não se aproxime da e-namorada.

Em entrevista ao G1, Juliana disse que, quando as agressões ocorreram, ela e João já tinham terminado o relacionamento há um mês. Eles ficaram juntos por cerca de dois anos.

A advogada detalhou que, no dia da agressão, o ex-namorado, que não aceitava o fim do relacionamento a chamou para uma conversa e ela aceitou. O encontro foi na casa da mãe dela, no bairro da Pituba, na capital baiana. “Ele falou em tentar reatar o relacionamento, eu disse que era melhor não, que era melhor cada um seguir sua vida, mas que não precisava manter clima de inimizade”, disse.

Juliana estava sozinha na casa da mãe. No apartamento em Salvador, a advogada e João tentaram conversar, quando aconteceram as agressões.

“Ele falou que estava apertado, insistiu para ir ao banheiro. Abri a porta para ele ir ao banheiro e foi quando ele partiu para me agredir. Foi soco, pontapé, murro, ele jogou um vidro do banheiro na minha cabeça, que fez esse corte, e apertou meu pescoço. Foi uma cena de horror”, contou.

A advogada contou que João já havia mostrado um temperamento explosivo, mas que não tinha agredido ela em outras situações. “Ele dizia que estava chateado com coisas do trabalho e explodia, mas não acontecia como foi dessa vez”, disse.

Em contato com o G1, o DJ negou que tenha começado as agressões à ex-namorada. Ele disse que se defendeu e revidou as agressões iniciadas pela advogada.

“Eu tenho há um tempo separado de Juliana, estou com outra pessoa, ela não aceita a separação e vem me procurando de forma insistente. Ela [Juliana] pediu para conversar, aí chegando lá a pessoa que eu estou me ligou e Juliana deu uma crise de ciúmes e começou a me agredir. Repeli a agressão. Esse foi meu erro, estou arrependido e era mais fácil ter deixado ela me bater”, disse João, na ocasião.

Outros casos

O Jornal Correio levantou que João Espinheira responde a quatro processos no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), todos por agressão a mulheres, inclusive a irmã dele. Quando perguntado sobre os processos, João disse que todos eles prescreveram e que foi provado que ele não foi condenado em nenhum deles.

O primeiro caso de agressão registrado contra João foi em 27 de janeiro de 2008, onde ele é denunciado por cometer lesões corporais contra uma ex-companheira e a sogra.

De acordo com informações do processo, aberto em 2010, ele agrediu a companheira com murros, empurrões, além de xingamentos, por não se conformar com a separação.

A sogra do DJ tentou defender a filha e também foi agredida e jogada da escada. A polícia foi acionada e João foi preso em flagrante. Com poucas movimentações na Justiça e sem sentença condenatória, o processo acabou sendo extinto em 2016 porque prescreveu.

O segundo caso de agressão registrado contra o DJ aconteceu em 10 de maio de 2014. Uma ex-namorada de João Espinheira o acusou de tê-la atingido com “chutes, murros e pontapés”, além de ter desferido golpes contra ela com um cassetete, atingindo braços e pernas. A justiça ordenou que ele ficasse longe da vítima.

O terceiro caso tem como vítima a própria irmã do DJ. De acordo com a ação penal que tramita no TJ-BA, em 13 de dezembro de 2016, John Oliver agrediu a irmã, dentro de casa, com socos na cabeça e nos braços. A Justiça também deu uma medida protetiva para a vítima para que o acusado não se aproxime nem mantenha contato com ela.

Uma mulher, que preferiu não se identificar, diz que também foi vítima de João. Ela não tinha qualquer relacionamento com ele, mas foi agredida pelo DJ durante uma festa no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O caso foi registrado na Polícia Civil. G1 Foto: Vanderson Nascimento/TV Bahia