A professora Cátia Raulino, que é investigada por plagiar o trabalho de ex-alunos em Salvador, foi condenada a pagar multa de R$ 5 mil por descumprir determinação judicial de suspender a publicação de um artigo assinado por ela, mas que teria sido plagiado de um ex-aluno. A determinação da multa ocorreu na segunda-feira (14), entretanto a ordem da Justiça para ela retirar publicação de artigo saiu em setembro, e ela tinha 15 dias para cumprir.

No documento, a juíza Regina Helena e Silva descreve que a Cátia Raulino foi intimada, e que apenas comprovou o envio de um e-mail para a editora responsável pela publicação dentro do prazo estabelecido, tendo ainda encaminhado outros fora do período determinado pela Justiça. Com isso, a juíza entendeu que Raulino teria cumprido apenas parcialmente aordem e que, sendo assim, a determinação judicial foi descumprida.

Caso Raulino

Cátia Raulino começou a ser investigada no mês de agosto, depois que ex-alunas do curso de Direito de uma faculdade particular de Salvador a denunciaram por plágio. Em seu currículo, Cátia Raulino alega ser formada em Direito e que tem mestrado, doutorado e pós-doutorado, mas as universidades em que ela diz ter concluído os cursos negam que ela possua as formações.

Raulino chegou a apresentar documentos ao delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, que investiga o caso. No entanto, a professora nunca apresentou comprovação das graduações e títulos que ela afirma ter. No começo das investigações, ela chegou a informar ao G1 que estava recolhendo documentos e que depois iria se pronunciar sobre o caso. Entretanto, depois disso, ela não falou mais com a imprensa.

Segundo as ex-alunas, que já estão formadas, quando ainda eram estudantes, elas tiveram os trabalhos de conclusão de curso incluídos em livro e revista e, nas publicações, a professora assinou os textos como dela, sem citar as então alunas. O Ministério Público Estadual (MP-BA), que apura ao menos seis denúncias: duas referentes a suposta prática de exercício ilegal da advocacia e quatro referentes a suposto crime de violação de direito autoral.

A suspeita já atuou como professora e coordenadora de faculdades particulares da capital baiana. Cátia Raulino divulgava o trabalho dela nas redes sociais, mas um dos perfis, que tinha mais de 180 mil seguidores, foi desativado. A Universidade Federal da Bahia (Ufba) chegou a refazer duas bancas de mestrado que tiveram a participação dela. A mulher já trabalhou por cerca de um ano no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Através de nota, o TJ-BA informou que ela trabalhou no local entre fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, no cargo temporário de supervisor. G1