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A Justiça do Rio de Janeiro decidiu que seguirá preso por tempo indeterminado o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz. Além de ser réu por envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM também é acusado de porte ilegal de arma de fogo.

Em decisão nesta quinta-feira (5) referente ao porte ilegal, o juiz André Felipe Veras, da 32ª Vara Criminal, decidiu que o ex-PM deve permanecer preso preventivamente para, entre outros motivos, “resguardo da ordem pública”. O magistrado também considerou haver indícios de que Élcio tentou fugir.

“Há indícios de que o acusado estaria em situação de fuga, o que denota a possibilidade, no caso de eventual condenação, de se furtar à aplicação da lei penal. Assim sendo, mantenho a prisão preventiva do acusado”, escreveu Veras.

A decisão também narra que Élcio mantinha “em depósito, consciente e voluntariamente, o material bélico descrito nos autos de apreensão”, e dentro de um carro que utilizava também foi encontrada munição de fuzil.

“Há de se destacar que o ato flagrancial se deu quando policiais civis e membros do Ministério Público foram até o endereço do denunciado com o objetivo de cumprir Mandado de Prisão em seu desfavor, expedido no procedimento em que se apura o homicídio de Anderson Pedro Mathias Gomes e Marielle Francisco da Silva”, ressaltou o juiz.

Henrique Telles, advogado de defesa de Élcio, afirmou que nesse processo o cliente é réu confesso. Telles disse que foi pedido o relaxamento da prisão porque, “independente da decisão nesse caso [que trata do porte ilegal], ele [Élcio] permanecerá preso”. Ainda assim, o advogado ressaltou que “esperava que o juiz julgasse com o que está nos autos”.

Também na decisão, o juiz André Veras dispensou depoimento do delegado da Polícia Civil Giniton Lages, ex-titular da Delegacia de Homicídios da Capital que investigou o caso.

Expulso da PM em 2016, Élcio de Queiroz é apontado como o motorista do carro que perseguiu Marielle e Anderson. Ele foi preso na Rua Eulino Ribeiro, no Engenho de Dentro, Zona Norte, em março de 2019. Além dele, também está preso desde então o policial reformado Ronnie Lessa. G1