O laboratório japonês Takeda informou na segunda-feira (5) que o fornecimento da sua vacina contra a dengue para a rede privada sofrerá limitações. A empresa é a responsável pelo imunizante Qdenga, que será aplicado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que já está sendo comercializado nas farmácias do Brasil. Segundo a empresa, a prioridade agora é atender quem já tomou a primeira dose.
“O fornecimento da vacina contra a dengue, Qdenga, no mercado privado brasileiro, será limitado para suprir e priorizar o quantitativo necessário para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante na rede privada completem seu esquema vacinal, de acordo com a posologia de duas doses subcutâneas”, informou o fabricante em nota.
De acordo com o laboratório, a empresa também não fará contratos descentralizados para atender estados e municípios. O objetivo é atender a demanda do Ministério da Saúde, conforme a estratégia vacinal definida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Segundo a Takeda, “compromissos firmados com os municípios anteriormente à incorporação no SUS serão plenamente honrados”. A empresa deve entregar 6,6 milhões de doses até o fim de 2024 e há a previsão de mais 9 milhões de doses a serem disponibilizadas para o país até 2025.
A vacinação contra a dengue no SUS deve começar em fevereiro e vai priorizar a vacinação de crianças de 10 a 14 anos, por estarem entre o público com maior número de internações pela doença. O Ministério da Saúde definiu uma lista de cerca de 500 municípios em 16 estados para a imunização. Na rede privada, a vacina Qdenga é aplicada desde o segundo semestre de 2023. O imunizante foi aprovado pela Anvisa em março de 2023.
Vacinação na rede pública
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses. Por isso, o governo teve que estabelecer critérios de priorização de público-alvo e municípios que receberiam as doses da vacina. Os pontos definidos foram:
- Prioridade na vacinação de pessoas de 10 a 14 anos por estarem entre o público com maior número de internações pela doença;
- Inclusão os municípios de grande porte – que são aqueles com mais de 100 mil habitantes – e com classificação de alta transmissão de dengue do tipo 2;
- Inclusão de cidades próximas a esses locaism, no que o governo chama de “regiões de saúde”.
Com isso, vão receber a vacina 521 cidades contempladas que incluem 16 estados e o Distrito Federal. O número representa pouco mais de 10% do total de municípios no país – 5.570.
Segundo o Ministério da Saúde, a imunização começa em fevereiro, mas não de maneira uniforme. Isso porque depende da disponibilização de doses. As primeiras unidades chegaram ao país no último fim de semana e a previsão é que o volume total de vacinas compradas sejam entregues até dezembro.
Quem pode se vacinar com a Qdenga?
De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. Não foram feitos estudos para avaliar a eficácia da vacina em pessoas com mais de 60 anos. Além disso, podem se vacinar com a Qdenga tanto quem já teve dengue, quanto quem nunca foi infectado. Essa é a primeira vacina liberada no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue. Mas não pode ser imunizado com a vacina quem tem as seguintes condições:
- Alergia a algum dos componentes
- Sistema imunológico comprometido
- Imunosuprimidos
- Gestantes e lactantes G1