A OAS está sendo acusada pelo ex-executivo da empresa, Adriano Santana Quadros de Andrade, de pegar milhões de reais a um grupo de ex-funcionários. Segundo o depoimento de Adriano, a OAS teria feito isso para ajustar as delações premiadas aos interesses da empreiteira. De acordo com a publicação do G1, o ex-executivo disse que sofreu represálias por não participar desse conjunto de delações.

Adriano Andrade ainda ressaltou que foi dispensado da empreiteira de forma ‘’abusiva e discriminatória’’ durante a Operação Lava Jato.  No processo, que está na Justiça do Trabalho em São Paulo, o ex-executivo pede indenização de R$ 2,745 milhões.

Uma das testemunhas de Adriano no processo, o ex-diretor financeiro da OAS Mateus Coutinho de Sá Oliveira, também delator, afirmou que ele e outros ex-executivos que aceitaram fazer a delação combinada com a empresa receberam indenização de R$ 6 milhões.

Além disso, Adriano de Andrade afirmou que não recebeu o pagamento de parte do FGTS nem a multa de 40% sobre o Fundo.

Ainda sobre o processo, a juíza Solange Aparecida Gallo, da 31ª Vara do Trabalho de São Paulo, decidiu que a OAS deve pagar a Adriano todas as verbas indenizatórias previstas na CLT. Contudo, negou o pedido de reparação por danos morais, porque, segundo ela, o ex-diretor comercial da OAS sabia da irregularidade dos atos cometidos na empresa e deveria ter se recusado a cumpri-los.

Ao contrário, destacou a juíza, ele preferiu não ir contra as ordens porque recebia um alto salário. Na sentença, a juíza afirmou que o fato de o ex-executivo Mateus Coutinho de Sá Oliveira ter recebido um benefício extra da OAS pelo acordo de delação premiada não gera para Adriano de Andrade o direito de ganhar igual valor.

Ele recorreu da decisão, informou a publicação do G1. Segundo a juíza, Adriano disse que o pagamento se deu porque Mateus Oliveira beneficiou a OAS em sua delação.

Já o advogado Pedro Iokoi, que representa ex-executivos da OAS, disse que a indenização da empresa foi paga porque os delatores não conseguiriam recolocação no mercado e que o resultado dos processos comprovará que eles apresentaram os fatos e os elementos de prova. A OAS negou ter efetuado qualquer pagamento relacionado aos fatos mencionados. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil