Foto: Sandra Travassos/ALBA

Faltando exatos 27 dias para a disputa que vai selar o destino dos candidatos a prefeito de Salvador Bruno Reis (União), Geraldo Jr. (MDB) e Kleber Rosa (PSOL), os porta-vozes das bancadas da oposição, governo e do bloco independente na Assembleia Legislativa falaram sobre suas expectativas para o pleito de 6 de outubro.

Na avaliação do líder da oposição Alan Sanches (União), um dos maiores ganhos do correligionário e candidato à reeleição Bruno Reis é o fato dele ter conseguido se dissociar da figura do antecessor ACM Neto (União), imprimindo uma marca própria na sua gestão. Segundo Sanches, “antes, Bruno era uma pessoa que foi apoiado, um deputado valoroso, mas que foi apoiado e escolhido por ACM Neto e nessa eleição ele conseguiu construir um caminho e superou as expectativas de toda a população”, afirmou.

Na visão do deputado, a expectativa do grupo é que Bruno Reis se reeleja no primeiro turno confirmando as tendências apontadas nas pesquisas de opinião. “A pesquisa reflete o que eu vejo na rua. A cada dez pessoas, você vai ver que sete ou oito estão escolhendo Bruno Reis para dar continuidade a esse trabalho que ele tem feito na nossa capital”, salientou.

No ninho do governador Jerônimo Rodrigues (PT), um dos caciques da campanha do emedebista Geraldo Jr, a análise é mais realista. De acordo com Rosemberg Pinto (PT), a campanha em Salvador começou a “pegar fogo” agora. “Nós estávamos na pré-campanha, agora as coisas começaram a acontecer de fato, eu estou muito esperançoso. A campanha de Geraldo é muito animada e dada aos interesses da sociedade e acho que nós temos capital político para enfrentar e fazer a alteração das eleições na cidade de Salvador”, projetou.

Rosemberg também citou que o desempenho de Geraldo Jr. nas pesquisas de opinião “não significa muita coisa”, embora ele sempre tenha pontuado em segundo lugar. “Eu uso pesquisa para consumo interno porque eu não posso me basear nela como resultado, ou seja, as eleições na época do governador Jerônimo Rodrigues, 30 dias antes das eleições, o ACM Neto dizia que estava ganha a eleição e as pesquisas apontavam um pouco para isso”, frisou o petista, que não descarta a hipótese das eleições em Salvador irem para o segundo turno.

Quem também não perdeu as esperanças de uma nova eleição no dia 27 de outubro é o único representante do bloco independente do PSOL na Assembleia Legislativa, Hilton Coelho. Segundo o deputado, os pontos fortes de Kleber Rosa são o domínio da realidade de Salvador e as alternativas “às vezes polêmicas” que ele vem apresentando como, por exemplo, a proposta da tarifa zero no transporte público da capital. “Quando os adversários vão checar percebem que é um debate quente porque são posições viáveis. Essa proposta surgiu num contexto de crise, inclusive no governo Dilma [Rousseff] , após todo um processo de mobilização que fez com que o próprio Congresso Nacional fizesse uma pesquisa sobre a viabilidade da tarifa zero e, hoje, mais de 100 municípios têm tarifa zero. Porque Salvador não, que é a capital da pobreza”, questionou.

Hilton Coelho também afirmou que “a onda socialista está crescendo” e contou que em suas andanças pelas ruas da capital tem escutado a população dizer “eu vou votar no rasta”. O deputado disse que Kleber Rosa chegou competitivo e que as chances de um bate chapa com Bruno Reis no segundo turno são reais. Carine Andrade, Política Livre