As corrências de vômito e diarreia, ainda sem explicação, têm preocupado moradores da cidade de Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste da Bahia. Entre a primeira e a terceira semana do mês de janeiro, 394 casos foram registrados pela Secretária de Saúde do município. Os dados foram confirmados pelo secretário Gerardo Júnior, nesta quinta-feira (25).

 

Apesar do volume, o secretário afirma que as ocorrências não caracterizam uma epidemia. Ainda não há informação do que pode ter causado o mal estar nos moradores que apresentaram os sintomas. Um morador da cidade, que não quis ter a identidade revelada, disse que todos os pacientes são atendidos na UPA.

 

“Ninguém sabe ainda o que tá causando isso, nenhum médico soube explicar. Só sabemos que todo mundo chega lá [na UPA] com os mesmos sintomas. Não dá para dizer que foi algo que a gente comeu em casa, porque centenas de pessoas não comem na mesma casa. Tem famílias que chegam com mais de cinco pessoas no posto, procurando atendimento”, disse. Do total de casos, 242 das ocorrências foram só na terceira semana do mês.

 

Além dos 242 casos da última semana, as ocorrências são de 65 casos na primeira semana de janeiro, e 87 casos na segunda semana do mês. A secretaria ainda não tem o balanço dos casos desta semana, que compreende o período de domingo (21) a sábado (27). O secretário, no entanto, informou que os casos voltaram para uma faixa considerada “normal”, que seria, em média, 50 registros.

Água
Os moradores suspeitam que as crises de vômito e diarreia possam ter ligação com o fato de que a água do município tem apresentado coloração diferente da normal. “Desde o começo do mês que estamos assim, com a cor da água estranha. E essa água tá sendo consumida por todo mundo, porque a gente precisa de fazer comida, lavar os pratos e tomar banho, mesmo que a gente não beba”, complementou o morador.

 

Segundo o secretário de Saúde, Gerardo Júnior, amostras de água da cidade já foram colhidas pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa), para serem analisadas. Gerardo Júnior informou, ainda, que amostras de fezes de algumas pessoas também foram coletadas e levadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador.

 

No entanto, os resultados só devem ficar prontos depois do carnaval, conforme ele. Equipes da Vigilância Epidemiológica e Sanitária do município também já foram acionadas para investigar as causas dos registros. Em nota, a Embasa informou que foram coletadas, na segunda-feira (24), 10 amostras de água da rede que abastece a cidade, que foram enviadas para análise.

 

O resultado está previsto para sair na sexta-feira (26). A empresa afirmou, ainda em nota, que não recebeu nenhuma notificação, e que algumas pessoas que apresentaram os sintomas moram em localidades rurais, que não são atendidas pelas redes da Embasa.