Durante um período da temporada, bastava o Vitória sofrer um gol para o time entrar em estado de pânico. Nesta terça-feira, o Vitória saiu atrás do placar, mas buscou a igualdade logo em seguida, com Anselmo Ramon, e deixa Santa Catarina com um empate em 1 a 1 com o Figueirense, partida válida pela 13ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

O comportamento do time após o gol do Figueira, marcado por Willian Popp, foi destacado pelo técnico Osmar Loss, que admitiu um gosto amargo pelo empate. O Vitória ficou com um jogador a mais na metade do segundo tempo, após a expulsão de Victor Guilherme, e não conquistou um resultado suficiente para sair da zona de rebaixamento. Com 11 pontos, o Rubro-Negro segue entre os quatro últimos colocados da competição.

– Acho que a gente estava fazendo uma partida de igual para igual. Vivemos uma situação de uma bola alçada para dentro da área, um erro de saída de impedimento. Conseguimos retomar a parte emocional, que é uma coisa que o Vitória vem em busca, cada vez ser mais sólido emocionalmente. Encontramos o empate no primeiro tempo. Tivemos boas oportunidades, acho que foi um jogo bem franco na primeira tapa. Na segunda etapa, a gente subiu um pouquinho a marcação, conseguiu tirar um pouco da posse que o Figueirense estava tendo. Tivemos, mesmo antes da expulsão do lateral, boas situações. Acho que o Figueirense só teve uma cabeçada, não teve muitas situações. Nós tivemos muitos bons chutes. E, depois da expulsão, é claro que facilitou o caminho. Mas a gente fica com aquele gosto amargo de não ter saído com os três pontos daqui – disse o treinador.

Loss também se solidarizou com o elenco do Figueirense, que vivenciou uma semana conturbada. O técnico Hemerson Maria, que se demitiu da equipe catarinense na última segunda-feira, ameaçou não levar os jogadores a campo nesta terça-feira por conta dos salários atrasados.

– A gente sabia da dificuldade, de tudo que esse jogo estava envolvendo fora do campo também. A gente se sensibiliza com a situação. Somos todos profissionais do futebol, e a gente quer o bem do futebol, independentemente de onde seja. (…) Eu sou do Sul. Tenho muitos amigos que são oriundos de Florianópolis. Sou de Passo Fundo, mas radicado em Porto Alegre. A gente fica chateado, porque são profissionais do futebol que trabalham, que têm que ser valorizados por aquilo que fazem, independentemente dos resultados. O profissional está aqui e não gosta de perder. E a gente fica chateado, a gente sabe que isso é um fator que acontece em muitos clubes do país. Nas divisões de baixo, cada vez mais. E a gente tem que tentar, os profissionais, manter a solidez. A gente se sensibiliza, mas tem os nossos projetos, os nossos objetivos, a nossa torcida, o nosso clube. É muito difícil a gente estar na pele, vivenciar o que os outros vivem e se manter isento, sem se sensibilizar com isso.

O Vitória também não atravessa um bom momento financeiro. O clube atrasou salários ao longo da temporada e virou alvo de processos trabalhistas, como o do técnico Cláudio Tencati, que foi demitido em maio e cobra R$ 360 mil. Loss ponderou que o Rubro-Negro passa por uma transformação e que é preciso ter paciência.

– Passa por uma reestruturação, de um presidente que assumiu o clube em abril, se não me falha a memória. Dia 25 de abril, acho, final de abril, com o time já em andamento. Reformulou a equipe, reformulou a comissão técnica, vem mudando os jogadores. E a gente, fazendo parte desse projeto, vem tentando colaborar e vem tentando tirar o Vitória dessa situação incômoda que ele vivencia, não só na Série B, mas que ele vivenciou na Copa do Nordeste, no Campeonato Baiano, na Copa do Brasil. É um projeto que a gente precisa de passo a passo, por isso também que a gente tem que valorizar esse ponto que a gente conquistou aqui em Florianópolis.

O Vitória volta a jogar no próximo sábado, às 11h (de Brasília), contra o Brasil de Pelotas, no Bento Freitas, pela 14ª rodada da Série B. O clube gaúcho foi derrotado pelo Brasil de Pelotas nesta terça-feira. Globoesporte