O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira (6), em entrevista à Rádio Difusora de Goiânia (Goiás), que o problema que o agronegócio tem com o seu governo não é motivado por uma questão financeira, mas sim ideológica.
De acordo com o presidente, a questão envolve um debate acerca do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). “Há quantas décadas os sem-terra não invadem uma terra produtiva neste país?”, questionou o presidente, que depois completou: “O agronegócio tem ódio dos sem-terra que são tão úteis ao Brasil quanto o agronegócio”.
Em declaraç?es, o presidente tem o costume de fazer críticas à postura do setor, que segundo ele, sempre reclama que os recursos liberados pelo governo são insuficientes. Em agosto, Lula bateu de frente com o setor, afirmando que “Nunca antes na história do Brasil, o agronegócio teve o Plano Safra” que teve no governo Lula.
O Plano Safra é um programa com o intuito de estimular a produção agropecuária através de empréstimos a juros mais baixos. Este ano, está prevista a liberação de mais de R$ 400 bilhões em créditos para médios e grande produtores rurais, o valor é 10% maior do que o do ano passado, de 364,22 bilhões de reais.
O presidente mencionou, ainda, que defende o MST e não faz distinção entre os grandes exportadores e pequenos produtores. “Um produz com qualidade e facilita com qu eo Brasil ganhe mercado para exportação, e os outros – se você pegar quase cinco milhões de pequenas propriedades de até 100 hectares – é essa gente que produz os alimentos que nós comemos, que produz o frango, que cria o porco: são todos os pequenos proprietários. E essa gente é importante. Eu não faço distinção”.
De acordo com o presidente, o problema do agronegócio não é falta de dinheiro, mas sim ideológico. “Eu convivo com isso tranquilamente. Vou continuar fazendo o que eu acho que é possível fazer, independentemente da pessoa votar em mim”, afirmou o presidente.
Desde o início do 3º Governo de Lula, em janeiro de 2023, o valor do plano safra saltou de 340,88 bilhões de reais, para os atuais R$ 400,59 bilhões, anunciados em julho pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, um aumento total de 17,51%. Bahia Notícias