Foto: Jonne Roriz/PT.org

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “convocou” o senador Jaques Wagner e o governador Rui Costa para um encontro na sede do Instituto Lula, em São Paulo (SP), para definir os rumos da campanha eleitoral da Bahia em 2022. O encontro acontece na tarde desta terça-feira (15) e está sendo guardado a sete chaves pelo entorno de Rui. O governador, ainda que publicamente não trate do assunto, tem feito movimentações nos bastidores para ser candidato ao Senado.

Rui quer o aval de Lula para o pleito da vaga de senador na chapa majoritária, já que Wagner já foi apresentado como pré-candidato ao governo da Bahia e o PT não abre mão da prelazia do ex-governador em buscar retornar ao Palácio de Ondina. A dificuldade é uma equação difícil de ser resolvida, pois, com uma candidatura de Rui ao Senado e Wagner ao governo, o projeto de manter o tripé PT-PSD-PP na Bahia fica comprometido.

Além do próprio desejo pessoal do governador, há uma pressão do entorno dele para que ele tente manter um mandato eletivo após 2022, incluindo desejos manifestados em público pela primeira-dama, Aline Peixoto. Caso se confirme a candidatura, Rui precisa se desincompatibilizar do cargo até o começo de abril, alçando o vice, João Leão (PP), para um mandato tampão até o final do ano.

O arranjo de um mandato de 9 meses para Leão tentaria “compensar” a virtual saída do Progressistas da chapa majoritária. Todavia, esse não seria o único entrave: convencer Otto Alencar (PSD) a não ser candidato à reeleição como senador é um desafio grande. Ex-governador da Bahia, Otto não esconde o desejo de permanecer com uma cadeira no Senado. Contudo, ele já teria sinalizado que, em troca do apoio do PSD a Lula ainda no primeiro turno, aceitaria ser candidato ao governo.

O social-democrata, inclusive, é um dos maiores avalistas de Lula dentro do partido que comanda na Bahia e defensor do petista como candidato à presidência da República. Na reunião desta terça, Lula entraria como uma espécie de árbitro para tentar equacionar o problema, que envolve a vontade do próprio Rui e do entorno dele, a construção da chapa de Jaques Wagner e a manutenção da aliança com PSD e PP, que ficariam em posição desconfortável com a predominância dos petistas na duas principais vagas da composição majoritária. Bahia Notícias