O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nesta quarta-feira (17) que não indicaria um filho para o cargo de embaixador do Brasil, mas acrescentou que o presidente Jair Bolsonaro tem esse “direito”.

Maia deu a declaração ao conceder uma entrevista à GloboNews. Ele foi questionado sobre o fato de o presidente da República já ter dito que quer indicar o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

A indicação ainda não foi oficializada, mas Bolsonaro diz que a decisão já está tomada. Se for indicado, Eduardo Bolsonaro será submetido a uma sabatina no Senado, e caberá aos parlamentares a decisão sobre aprovar ou rejeitar a indicação.

“Acho que, se ele [Bolsonaro] entender que o filho tem as condições e cumpre a legislação brasileira, é um direito dele indicar”, declarou Maia.

Questionado, então, se indicaria um filho para o cargo, respondeu: “Eu, pessoalmente, não. Mas meu pai já indicou parente para o governo, pessoas de qualidade para o secretariado. Não acho que isso seja um problema, contanto que a pessoa tenha as condições para exercer a função. Eu, pessoalmente, não”.

Para Rodrigo Maia, se indicar o filho, Bolsonaro terá de arcar com “bônus e ônus” da decisão. A indicação, desde que foi anunciada, tem sido criticada por diplomatas, políticos e no meio jurídico.

Durante a entrevista à GloboNews, Rodrigo Maia disse ter recebido uma mensagem de Bolsonaro por meio de um aplicativo. Segundo Maia, na mensagem, o presidente da República disse “te amo, ha ha ha”. Maia, então, disse que respondeu com um coração e a expressão “kkk”.

Como embaixadores são escolhidos?

Os critérios para a escolha de chefes de missões diplomáticas permanentes são definidos pela Lei 11.440/06. A legislação determina que os embaixadores serão escolhidos entre os ministros de primeira classe ou de segunda classe do Ministério das Relações Exteriores.

O parágrafo único do artigo 41 da lei, porém, autoriza, em caráter excepcional, que sejam escolhidos para os postos pessoas que não façam parte da carreira diplomática, desde que sejam brasileiros natos, com mais de 35 anos, “de reconhecido mérito e com relevantes serviços prestados ao país”. G1