Cento e trinta e oito tartarugas foram encontradas mortas no litoral sul da Bahia, de janeiro até este sábado (3). O número é 12% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Entre as tartarugas, estão reprodutoras da espécie oliva. Seis delas morreram essa semana. O período de reprodução de várias espécies de tartarugas vai de outubro a abril de 2021, o que agrava a situação.

Na manhã deste sábado, uma tartaruga da espécie verde foi encontrada morta, na zona norte de Ilhéus. De acordo com o projeto (A)mar, que monitora a fauna marinha entre o litoral de Canavieiras e Maraú, no sul do estado, essa tartaruga era juvenil.

Na sexta-feira (2), uma fêmea adulta reprodutora, que media 1 metro e 8 centímetros, e era da espécie oliva, foi encontrada morta na zona sul de Ilhéus. O projeto (A)mar não conseguiu identificar a causa da morte porque o animal estava em estado avançado de decomposição.

“Essas fêmeas da tartaruga oliva, elas têm costume de desovar de três a cinco vezes, no litoral sul. Três subidas elas fazem desova, em média são 100 ovos. Então, são 300 ovos, mais ou menos, cada fêmea; 4.800 ovos, e, no mínimo, 4 mil filhotes vão deixar de nascer impactando muito”, disse Wellington Laudano, médico veterinário do projeto (A)mar.

“A maioria é por rede de pesca. Artefatos pesqueiros. Seja em alto mar, seja de espera, de arrasto, de espinhel, ou fantasmas, que são aquelas redes descartadas no mar, e o animal fica emaranhado e termina se afogando”, disse. O veterinário ainda faz um alerta para que pescadores tenham mais cuidado durante esse período.

“A indicação que a gente faz é o seguinte: a pesca consciente, legal. Você respeitar os limites pela legislação. Rede de espera, a 1,5 km da pré-mar, e você pescar de barco a 5 km, no mínimo, o ideal seria 8 km. E não pescar em área de limitação”, concluiu.