Na passagem por Salvador, na tarde de quinta-feira (28), a ex-candidata à vice-presidência da República, Manuela D’Ávila (PCdoB), evitou alimentar os rumores de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não terá condições de concluir o mandato eletivo de quatro anos.

“Eu não sou golpista. Então, apesar do presidente ser absolutamente incapaz, inapto e de ter um governo de gente destrambelhada, ele foi eleito democraticamente. A democracia para mim é uma coisa muito séria. Ele só pode ser retirado do governo se cometer crime de responsabilidade, se não é golpe”.

Ela reiterou críticas à falta de habilidade do governo e ironizou o fato de o presidente ter sido comparado a um estudante adolescente.

“Acho que o ambiente de instabilidade política para mudar precisa ter presidente. Acho ofensivo quem diz que ele está na quinta série porque os adolescentes da quinta série têm as capacidades de estar na quinta série. Ele está brincando no Twitter”, disse Manuela um pouco antes da sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) sobre a luta de mulheres por direitos, resistência, poder e democracia.

No início do mês, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) também comentou a performance de Bolsonaro no Planalto e disse que os brasileiros “elegeram um garoto de 13 anos. Um adolescente tuiteiro”.

“Ele está brincando na internet, ele sequer está brincando de governar. Está fazendo meme. Ele é pago por mim, por vocês e ele deveria ter um projeto para tirar o Brasil da crise econômica”, acentuou Manuela, ao comentar o ataque do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que Bolsonaro está “brincando de presidir o país”.

Nesta quinta, Bolsonaro declarou que o embate com Maia foi “chuva de verão” e já está superada.

Manuela D’Ávila também comentou a determinação do presidente Bolsonaro ao Ministério da Defesa para realizar comemorações em unidades militares no domingo (31) em alusão ao 31 de março de 1964, quando ocorreu o golpe que deu início à ditadura militar no Brasil.

“Ele sempre foi essa pessoa. As pessoas que não levaram isso a sério. Alguém que homenageia um homem que achava normal inserir ratos nas vaginas das mulheres, esse é o Ustra. Bolsonaro disse durante a campanha presidencial, ele nunca escondeu de ninguém que o seu livro de cabeceira era biografia do coronel Ustra, o homem que achava, repito, digno colocar ratos nas vaginas das mulheres. É isso que ele comemora”.

(Bocão News Foto: Bruno Luiz/BNews)