A atriz Bruna Marquezine revelou que pensou em desistir da carreira após ver seu corpo sendo objetificado enquanto fazia a personagem Lurdinha na novela “Salve Jorge” (2012), da Globo. “Eu não tinha maturidade pra lidar com aquilo e não entendia aquilo. Tinha acabado de completar 18 anos, a cada semana diziam que eu tinha saído com um cara novo. Não sabia lidar com aquilo, sofria muito”, contou.

Ela explicou que contou com uma rede de apoio para seguir em frente. Outro ponto abordado foi a sua magreza. Durante viagem a Veneza, ela reclamou com seguidores que criticavam seu corpo: “eu tinha acabado de me curar de um processo tão doloroso de depressão, alimentação e distúrbio de imagem. Quando eu desabafei sobre isso, eu falei que tomava um tipo de laxante todos os dias. Aquilo destruiu meu organismo e minha imunidade. Várias meninas tomavam também. Achei melhor dizer o que fazia para ajudá-las”, explicou.

No papo promovido pela Puma também estavam presentes a cantora Ludmilla e a apresentadora Maísa. Em formato de uma roda de conversa, mediada pela repórter e apresentadora Rafa Brites, as embaixadoras deram suas opiniões sobre temas como estima coletiva e rivalidade feminina. “Muitas pessoas disseram que eu era menos mulher porque eu falava nas músicas sobre sexo, inclusive várias mulheres me criticavam também. Por conta disso, eu cheguei até a pensar que era melhor parar com essas coisas. Mas, depois eu vi que me sentia bem fazendo isso. Ninguém pode me parar. A mulher é livre para fazer o que quiser. Não é por isso que eu tenho que ser menos respeitada”, disse Ludmilla.

A contratada do SBT, por sua vez, chamou a atenção para a discussão sobre a igualdade de gênero, que pode começar desde cedo. “Isso passou a me incomodar logo, ainda na escola, quando eu via falarem mal de uma determinada menina por ter ficado com mais de um garoto, enquanto o inverso era exaltado. Comecei a ficar com a pulga atrás da orelha, quando percebi que nas aulas de judô só havia uma menina, que era zombada por conta disso, enquanto não tinha nenhum menino nas de ballet. Isso não deveria ser problema, mas sim algo normal”, ponderou a adolescente.

Outro tema que pautou o evento foi a prática de mulheres levantando umas as outras em suas relações. “Todos os dias a gente se depara com comentários que nos inspiram, que nos fazem continuar, nos dão um novo ânimo. É sempre muito importante as mulheres se apoiarem. Milhares de meninas buscam um padrão de beleza que não existe, as redes sociais só expõem uma pequena porcentagem de quem a gente realmente é. Por isso, é muito importante essa troca, precisamos dividir nossa vulnerabilidade. Ao mesmo tempo que eu consigo impactar as pessoas, elas me fortaleceram”, completou Marquezine.