A família do ajudante de pedreiro Fabrício Amandias dos Santos, de 24 anos, que foi morto durante uma ação da PM, na madrugada de segunda-feira (4), no bairro de Mussurunga, em Salvador, disse que a vítima estava dormindo quando teve a casa invadida por policiais militares. A mulher de Fabrício, que está grávida de 6 meses, presenciou toda a ação.

“Eles [policiais] invadiram a casa e mataram o meu marido dormindo. Ele não estava fazendo nada, mataram ele dormindo e depois deram tiros na parede dizendo que eles trocaram tiros”, disse Karen Santos. Segundo Karen, o casal estava dormindo quando os policiais chegaram no local, por volta da 1h.

A mulher contou que os policiais a tiraram de casa e tamparam a boca dela. “Não fez nada o meu marido. Ele [marido de Karen] tinha acabado de chegar da [bairro] Boa Viagem. Eles [policiais] me tiraram de dentro de casa, pegaram nos meus dois braços e tamparam minha boca. Me deixou toda roxa”, disse a esposa do jovem.

Em nota, a Polícia Militar informou que intensificou as ações na região após o Centro de Comunicação (Cicom) informar sobre disparos de arma de fogo, por volta de 0h30 desta quarta. Segundo a PM, durante incursão na localidade de Colinas de Mussurunga, houve confronto com um grupo de indivíduos portando armas de fogo.

A PM também disse que um dos suspeitos ficou ferido, foi encaminhado para o Hospital Menandro de Farias, mas não resistiu aos ferimentos. Com ele, informou a polícia, foram apreendidos uma pistola calibre 9mm contendo 8 munições intactas, dois tabletes de maconha, 93 porções de maconha, uma balança eletrônica e um uniforme do Exército Brasileiro.

A PM ainda diz que Fabrício apontado como uma das chefias do tráfico de drogas na localidade. Os outros suspeitos conseguiram fugir. A ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar, onde o fato será apurado. Entretanto, os familiares de Fabrício Amandias afirmam que não houve confronto na localidade.

“Eles [PMs] disseram que deram socorro e que trocaram tiros. Como, se o menino estava dormindo? O colchão está lá [casa de Fabrício] todo perfurado de bala, todo ensanguentado. Eu não sei como foi isso”, desabafou a mãe de Fabrício, Rosana Amandias.

“Quando eu levantei foi com ela [Karen] gritando na porta, que tinham atirado nele [Fabrício]. Quando eu tentei entrar na casa dele o corpo nem estava mais lá. Não deixaram eu entrar lá”, disse a mãe do jovem. G1