Um respirador, celulares, notebooks e documentos, apreendidos durante o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão na Operação Ragnarok, chegaram a Salvador nesta última terça-feira (2), segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). De acordo com a SSP, o material foi entregue para a Polícia Civil e será anexado ao inquérito que investiga fraude na venda de respiradores ao Consórcio Nordeste.

De acordo com a delegada responsável pelas apurações, Fernanda Asfora, coordenadora do setor de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública da Polícia Civil, as investigações estão avançando e os depoimentos seguem nesta quarta-feira (3). “Há muito trabalho a ser feito com as informações prestadas, seguiremos até elucidar o caso”, explicou. Ainda segundo a delegada, as equipes aguardam o envio das informações bancárias dos envolvidos, que tiveram contas e bens bloqueados pela Justiça.

Sem registro na Anvisa

As empresas investigadas pela fraude no fornecimento de respiradores para estados do Nordeste não têm registro na Anvisa, segundo informou o órgão na manhã desta terça-feira. São investigadas a Hempcare, que fez as negociações da venda, e a Biogeoenergy, que foi inserida ao longo do processo de negociação, além de ser a suposta fabricante de respiradores.

Em nota, a Biogeoenergy já havia dito que não havia respiradores prontos para comercialização porque a certificação da Anvisa não saiu. Disse, ainda, que o equipamento passou por testes que garantiram a qualidade do respirador e que aguardava trâmites burocráticos do órgão federal.

A Hempcare foi procurada e informou que o registro seria feito apenas por parte da Biogeoenergy, já que ela é a fabricante dos respiradores. Entretanto, a Anvisa destacou que não foi localizado o protocolo de submissão para solicitação de registro de ventiladores pulmonares por parte das empresas Hempcare ou Biogeoenergy. Ou seja, segundo a Anvisa, não há nenhum pedido em análise ou qualquer tipo de trâmite.

Esse protocolo, conforme explica a Anvisa, é um dos primeiros passos para a certificação de um produto. Na coletiva de apresentação do caso, após a operação realizada na segunda-feira (1º), o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, também havia informado que esses respiradores não tinham sido homologados pela Anvisa. G1