A médica Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo, que caiu do 5º andar de um prédio em Salvador, durante uma briga com o companheiro, disse em depoimento à polícia que no dia da queda, o também médico Rodolfo Cordeiro Lucas, falava que ia acabar com a vida dela. A informação consta em documentos do segundo depoimento de Sáttia, que foram obtidos com exclusividade pela TV Bahia.

A equipe de reportagem tentou, mas não conseguiu contato com a defesa do médico Rodolfo Cordeiro Lucas. Sáttia prestou um depoimento ainda no hospital, mas não se recordava de detalhes do dia do ocorrido. Após deixar a unidade de saúde, ela prestou o segundo depoimento, no dia 28 de setembro.

No depoimento, Sáttia contou à polícia que, no dia 20 de julho, quando caiu da janela do apartamento, ela recordou que Rodolfo estava segurando o pescoço dela, ameaçando cortar o rosto dela e dizendo que iria acabar com a vida dela.

Durante a semana, antes da queda, Rodolfo teria dito que se ela terminasse o relacionamento, ele acabaria com a vida dela. Na ocasião, a declarante achou que fosse brincadeira e no momento em que ele estava em cima dela, no dia da queda, ele repetia: “Eu avisei”.

Ela também revelou ter lembrado do momento em que estava na janela. Disse que teria gritado por socorro, falando que não queria morrer e recordou que Rodolfo soltou a mão dela. Sáttia negou que tenha tentado suicídio, versão dada pelo suspeito.

Ainda no depoimento, Sáttia contou à polícia que tinha um relacionamento abusivo com o médico. Rodolfo, segundo revelou, já a agrediu com puxões de cabelo, socos e já até esfregou um pano no rosto dela para retirar a maquiagem que ela usava.

Sáttia revelou à polícia que sofreu, no relacionamento, agressões psicológicas, físicas e em um dos momentos chegou a se cortar ao ser empurrada por Rodolfo. Segundo ela, Rodolfo Cordeiro estava acostumado a usar medicamentos psicoestimulantes e antidepressivos, insistindo que ela também os tomasse.

A médica contou também que não lembra do momento em que recebeu socorro do Samu, só lembra do momento e que já estava no Hospital Geral do Estado (HGE), primeira unidade onde recebeu atendimento. Ao final do depoimento, ela disse que Rodolfo já falava para ela, antes mesmo da queda, que quem tem dinheiro no Brasil sai impune e que não sofre as consequências dos seus atos. G1