Os médicos cubanos do programa Mais Médicos em atuação na Bahia começaram a deixar o estado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, só na quarta-feira (21), 162 profissionais foram embora. Outros devem sair nos próximos dias. De acordo com a Sesab, os médicos que deixaram a Bahia tiveram várias cidades do estado como ponto de partida, como Salvador, Barreiras, no oeste do estado, e Porto Seguro, no sul.

 

O grupo embarcou para Brasília, de onde viaja para Havana, entre a quinta-feira (22) e o próximo sábado (24), segundo informações do G1. A previsão é de que, até o dia 12 de dezembro, todos os mais de 8 mil médicos que estão no Brasil voltem a Cuba, depois da decisão do país caribenho de sair do programa Mais Médicos. Destes, 10% sairão da Bahia.

 

Ficando atrás apenas de São Paulo, que tem 16%, o estado era o segundo em número de médicos de Cuba. Segundo a Secretaria Estadual, a Bahia possuía 1.522 médicos do Mais Médicos, alocados em 363 dos 417 municípios. Deste total de profissionais, 846 são cubanos, que estão distribuídos em 317 municípios, há médicos também de países como México, Espanha e Angola. Os cubanos atendem diariamente, 20,4 mil pessoas no estado.

 

São 326 mil mensalmente e 3 milhões anualmente. Dez cidades baianas, todas com menos de 40 mil habitantes, devem ficar sem nenhum médico para atendimento na assistência básica com a saída deles. Isso porque, nessas cidades, somente cubanos atuam.

 

Do total de municípios que contam atualmente com o programa Mais Médicos na Bahia, em 99, o número de médicos cubanos representa mais de 50% do total de profissionais da atenção básica. Ainda conforme dados do governo local, 17 comunidades indígenas também ficarão sem assistência em todo o estado. A Sesab aponta que a retirada antecipada dos médicos representa “grave ameaça para municípios baianos”.

 

Diz que, ao longo de cinco anos de existência do programa, mais de 5,6 milhões de pessoas foram beneficiadas, cerca de 800 mil consultas realizadas por mês, com uma cobertura de 72% da atenção básica. No ranking de cidades que vão perder o maior número de cubanos, mas ainda manterão médicos na assistência básica, Teixeira de Freitas, na região sul, aparece no topo. A cidade perderá 18 profissionais cubanos. Em Barreiras, oito postos de saúde suspenderam atendimento nesta semana.