Agência Brasil

Os pastores evangélicos Arilton Moura e Gilmar Santos visitaram 127 vezes o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), de acordo com dados publicados nesta terça-feira (26) pelo jornal Folha de S.Paulo, através da Lei de Acesso à Informação (LAI). Arilton esteve 90 vezes na pasta, média de uma vez por semana, considerando todo o período em que Ribeiro esteve no MEC. O pastor Gilmar, que é chefe de Arilton, esteve 13 no ministério. Os religiosos também estiveram 35 vezes no Palácio Planalto desde 2019.

Em março vazou uma gravação na qual o então ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, afirmou que o governo prioriza, na liberação de verba, prefeituras com pedidos negociados por dois pastores (sem cargo na gestão federal). O caso levou o Ribeiro a pedir demissão. O “Bolsolão do MEC” teve ampla repercussão nas redes sociais.

A agenda oficial do MEC registrou somente 34 encontros de ao menos um dos pastores com autoridades da pasta de setembro de 2020 a 16 de fevereiro de 2022. Arilton foi 21 vezes ao FNDE e Gilmar, três. O fundo é ligado ao MEC e responsável pelas transferências de recursos federais da educação a prefeituras – o fundo também esteve envolvido no chamado ‘Bolsolão do Busão’. Uma licitação do FNDE prevê um custo até 55% maior, ou R$ 732 milhões a mais, para a aquisição de 3,8 mil ônibus escolares. Em março, Ribeiro disse à Polícia Federal que Jair Bolsonaro pediu para receber o pastor Gilmar Santos.