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Do total de 97,57 milhões de ocupados no país no terceiro trimestre deste ano, 588,6 mil trabalhadores ganhavam mais de 20 salários mínimos (R$ 24.420). Isso equivale a 0,6% da população ocupada.

O levantamento é da LCA Consultores, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores responsável pelo levantamento, alguns recortes escancaram as desigualdades já conhecidas no país: os homens brancos ganham mais que os demais grupos no Brasil.

Segundo o levantamento, do total de trabalhadores que recebem a partir de 20 salários mínimos, 75% são homens e apenas 25% são mulheres. Quando analisada a questão de raça e cor, os trabalhadores brancos são 77% do total.

Por raça/cor

Na questão da raça/cor dos trabalhadores, os brancos são vasta maioria entre os que ganham acima de R$ 24 mil. Os demais 23% são divididos entre pretos, amarelos, pardos e indígenas.

Por faixa etária

Os profissionais com idades de 26 a 49 anos são 60% do total que recebem a partir de 20 salários mínimos. Entre as cinco faixas etárias analisadas, os trabalhadores de 40 a 49 anos têm a maior proporção: 31,5% do total. Os jovens de até 25 anos correspondem a pouco mais de 1%.

Por estados

São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal representam 60% dos trabalhadores com os salários altos no país. Por outro lado, essas regiões representam apenas cerca de 30% da população no país, destaca Imaizumi.

Já os estados que ocupam as últimas posições no ranking são do Nordeste e Norte. No caso do Rio Grande do Norte, por exemplo, que tem quase a mesma população do Distrito Federal (mais de 3 milhões de habitantes, segundo estimativas do IBGE de 2021), apenas 0,2% dos trabalhadores recebem a partir de 20 salários mínimos, ao passo que no DF são 7,2%. Nesse caso, isso se deve principalmente devido à concentração de servidores públicos na capital federal, Brasília.

Já no caso dos estados do Maranhão e Santa Catarina, que têm praticamente a mesma população (mais de 7 milhões de habitantes), a diferença na proporção de quem ganha acima de 20 salários mínimos também é grande.

Por setores

Para Imaizumi, é esperado que quase 30% das pessoas que recebem a partir de 20 salários mínimos estejam concentradas em atividades que geram bastante valor agregado à economia – Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (que englobam os setores financeiro e de tecnologia).

Já o setor de Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais também tem um percentual elevado provavelmente por englobar os médicos, que é uma mão de obra mais especializada.

“Já a parcela significativa da administração pública, defesa e seguridade social mostra o tamanho inchado do estado Brasileiro e é uma primeira evidência dos privilégios de funcionários públicos de alto escalão no país”, analisa.

Por ocupações

Os empregadores têm a maior proporção com salários acima de 20 salários mínimos, seguidos pelos empregados dos setores privados. G1