Agência Senado

“Este blog se utiliza das fontes científicas mais atualizadas e seguras para traduzir as últimas descobertas de forma confiável, apolítica, e ética, para que você nunca mais se perca em fake news nestes assuntos”. É com esta frase que a médica infectologista Luana Araújo apresenta seu site.

A médica participou nesta última quarta-feira (2) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga omissões do governo federal no combate à Covid-19. Depois da sessão com os senadores, ela viu o total de seguidores em sua conta no Instagram subir de 9 mil, na manhã de quarta, para quase 160 mil na manhã desta quinta.

O nome da infectologista tinha sido anunciado pelo ministro Marcelo Queiroga no último dia 12, durante lançamento da Campanha de Conscientização sobre Medidas Preventivas e Vacinação contra a Covid-19. Mas ela saiu do governo em menos de dez dias, sem sequer ser nomeada.

“Infelizmente, por tudo que vem acontecendo, por essa polarização esdrúxula, essa politização incabível, os melhores talentos que temos para trabalhar nessas áreas não estavam exatamente à disposição”, afirmou a médica aos senadores. Ao deixar a secretaria, Luana havia divulgado uma nota.

“Saio desta experiência como entrei: pela porta da frente, com a consciência e o coração tranquilos, ciente de que neste curto período entreguei o melhor da minha capacidade de acordo com os princípios que tenho como profissional especialista na área: ética, cientificidade, agilidade, eficiência, empatia e assistência”, disse ela em nota divulgada na época.

Formada na UFRJ e com mestrado nos EUA

Luana Araújo se formou médica especialista em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela tem mestrado em Saúde Pública pela universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e é a primeira brasileira a receber a prestigiosa Bolsa Sommer. Aprendeu a ler e a escrever sozinha, aos 2 anos de idade. Entrou na primeira série do ensino fundamental aos 5 anos. E, como contou na CPI, se formou no ensino médio aos 15 anos.

“Para isso acontecer, houve uma necessidade de… Uma disputa… Não uma disputa, uma resolução legal sobre essa circunstância. E foi por conta disso que o meu pai fez direito, para que ele pudesse entender melhor o que acontecia com a filha dele”, disse a médica durante depoimento. Ela estava acompanha do pai, também médico e seu advogado, José Carlos Araújo.

Contra tratamento precoce

Durante os dias em que a médica atuou no Ministério da Saúde, foram reveladas declarações dela contra o tratamento precoce e o uso de medicações como a cloroquina, procedimentos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro que são comprovadamente ineficazes contra a Covid.

“Ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se estivéssemos discutindo de que borda da terra plana vamos pular. Não tem lógica”, afirmou Luana. A infectologista é conhecida por ser defensora da ciência e da vacinação em massa. Em fevereiro desse ano ela deu a seguinte declaração:

“É a medicina, é o bom senso, é a ética, é o dever cívico. Então, você junta isso tudo pra fazer uma política de saúde pública que entregue às pessoas aquilo que elas precisam enquanto grupo. Então, quando isso é rompido por um interesse individual todo mundo sofre.”

A médica é defensora do uso de máscara e do distanciamento social.

“Se as pessoas começam a interagir umas com as outras, o vírus vai conseguir circular, então aumenta o número de casos. Se você olhar as imagens, por exemplo, de bares e restaurantes, as pessoas estão do lado de fora, em tese, em um ambiente aberto mas muito próximas umas das outras porque estão bebendo e comendo e estão sem máscara. Então, existe uma falsa percepção de segurança que não é real”, declarou em 23 de novembro de 2020.

Site de saúde e tempo livre ao piano

Luana Araújo é de Belo Horizonte. Ela mora em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem um relacionamento com o fotógrafo Bruno Haddad e passa seus tempos livres ao piano. Ela ainda administra o blog Des-Infectando que, segundo a própria doutora, “pretende responder a essas perguntas e esclarecer os mitos e as verdades sobre as doenças infecciosas e a saúde pública, informando a você tudo o que precisa saber para se proteger delas ou enfrentar estas doenças da melhor maneira possível”. G1