Vagner Souza / BNews

Durante o cortejo do 2 de Julho, na manhã desta terça-feira (2), o senador Jaques Wagner (PT) comentou pela primeira vez a informação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo dias atrás de que o procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol defendeu que a força-tarefa da operação expedisse um mandado de busca e apreensão contra ele “por questão simbólica”.

“Meu primeiro sentimento foi de nojo em relação aquilo que eu vi revelado, porque é realmente algo deprimente que pessoas pagas com dinheiro público façam um concurso e se portem daquela forma”, disse ao BNews. Dallagnol fez a declaração a outros integrantes do Ministério Público Federal (MPF) às vésperas do segundo turno das eleições de 2018.

As informações foram apuradas pela jornalista Monica Bergamo a partir de diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil. Na avaliação de Wagner, as informações desqualificam o MPF e acabam confirmando a postura parcial da força tarefa da Operação Lava Jato.

“Entre a minha eleição de senador e a eleição de Haddad [Fernado Haddad, condidato petista à presidência em 2018], eu viro coordenador dele. Me perdoe, mas um irresponsável, um desqualificado, diz que ‘temos que arrumar alguma coisa para atingir Jaques Wagner’. Não existe um crime que ele esteja investigando. Ele estava querendo incriminar uma pessoa. É o que virou o Brasil: a polícia política”, afirmou.

O petista também avaliou que houveram erros por parte da classe política – pessoas que “roubaram” mesmo – e defendeu que os que comprovadamente cometeram delitos devolvam o dinheiro público usado indevidamente e sejam presos. Contudo, criticou o discurso de criminalização da política. Ele também disse que está tranquilo.

“Algumas das coisas contra mim já foram arquivadas e outras estão em curso. Ele acabou dando um testemunho daquilo que eu já disse a muitos magistrados: que isso é um negócio montado, assim como foi montado aquele negócio da Fonte Nova aqui”, disse.

Em sua fala, Wagner faz referência a operação Cartão Vermelho, deflagrada em fevereiro deste ano, com o objetivo de investigar irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão da Fonte Nova. Informações do Bocão News