A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o presidente Temer assinou nesta sexta-feira (14), o decreto de extradição de Cesare Battisti. Segundo a Polícia Federal, Battisti está em local “incerto” e é considerado foragido no país segundo informações do G1. Segundo a assessoria do presidente Michel Temer, o decreto deve ser publicado ainda nesta sexta-feira, em edição extra do “Diário Oficial da União”.

 

Na quinta, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, mandou prender o italiano atendendo a um pedido da Interpol, abrindo o caminho para a extradição. A defesa de Battisti recorreu e, após Temer assinar o decreto, reiterou o pedido para o cliente não ser extraditado. Battisti é acusado pela Interpol de ter cometido os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

 

Cesare Battisti foi condenado por quatro homicídios na Itália na década de 1970 (leia detalhes mais abaixo). Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o Supremo julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o então presidente Lula da Silva negou a extradição. No passado, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti.

 

Já no mês passado a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao Supremo que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição. O ministro Luiz Fux participou nesta sexta de uma solenidade na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro e, ao comentar a decisão sobre Battisti, frisou que a entrega do italiano às autoridades do país europeu estava sujeita à decisão do presidente da República.

 

“O Supremo Tribunal Federal já tinha autorizado a extradição. Só que a entrega do extraditando fica sujeita ao presidente. Como esse novo presidente, Michel Temer, manifestou o desejo de extraditar, nós instruímos o processo, cumprimos o processo legal, demos chance à defesa e chegamos à conclusão de que o presidente Temer pode extraditá-lo porque tem um pensamento diferente do outro chefe do Executivo”, disse o ministro.

 

Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos no país nos anos 1970. Battisti nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política. Em entrevista em 2014 ao programa Diálogos, de Mario Sergio Conti, na GloboNews, ele afirmou que nunca mantou ninguém. Cesare Battisti fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio.